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Senado aprova compensação para desoneração da folha de pagamento neste ano

Posted by: | Posted on: agosto 21, 2024

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (dia 20) a proposta que estabelece regras de transição para o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, após acordo entre o governo e o Congresso Nacional. A matéria seguirá para análise da Câmara dos Deputados. Após acordo entre governo e Congresso Nacional, foram definidas medidas de compensação para a renúncia fiscal com a manutenção da desoneração, que foram incorporadas ao projeto.

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O projeto aprovado hoje, em votação simbólica, mantém a desoneração da folha de pagamento para esses setores integralmente em 2024 e prevê a reoneração gradual entre 2025 e 2027. A retomada gradual da tributação a partir de 2025 terá alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%, quando ocorreria o fim da desoneração. Durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada. As informações são da Agência Brasil.

Municípios

Para municípios com até 156 mil habitantes, a retomada da contribuição previdenciária também será escalonada: até o fim deste ano, será de 8%; no ano que vem, o percentual será de 12%. Em 2026, será de 16%, chegando aos 20% em 2027, no fim do período de transição.

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No ano passado, o Congresso havia aprovado a manutenção da desoneração da folha, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou trechos da Lei 14.784, de 2023. O Congresso derrubou o veto e o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que deu prazo até 11 de setembro para que o Congresso e o Executivo buscassem um acordo sobre a desoneração.

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Medidas de compensação

Entre as medidas estão a atualização do valor de bens imóveis junto à Receita Federal, aperfeiçoamento dos mecanismos de transação de dívidas com as autarquias e fundações públicas federais e medidas de combate à fraude e a abusos no gasto público.

*Com informações da Agência Senado

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Um duelo entre antigos aliados

Posted by: | Posted on: agosto 20, 2024

A disputa pela Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, nas eleições deste ano terá um duelo entre antigos aliados: o atual prefeito Wagner Carneiro, o Waguinho (Republicanos), e o deputado estadual Márcio Canella (União), que se tornaram desafetos no pleito de 2022. À época, Waguinho abraçou a candidatura do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Canella se manteve ao lado do bolsonarismo. Vão concorrer ao cargo de prefeito, além de Canella, Matheus do Waguinho (Republicanos), sobrinho do prefeito; Marquinho da Farmácia (MDB); Assis Freitas (PSB) e Vinícius Cranio (PSOL).

Ex-distrito de Nova Iguaçu, Belford Roxo se emancipou em 1990. Nas décadas de 1970 e 1980, ficou conhecida mundialmente pelo número de assassinatos, problema que até hoje a coloca na lista das cidades mais violentas do país.

O salário médio dos trabalhadores empregados formalmente no município é de 1,8 salário-mínimo, e o PIB per capita de Belford Roxo chega a R$ 17.156,71, sendo o 90º entre os 92 municípios fluminenses. Dados do Índice de Progresso Social Brasil (IPS) mostram que a cidade é uma região com índices baixos em iluminação elétrica adequada nos domicílios e empregabilidade de moradores com ensino superior, por exemplo. Sendo esses alguns problemas enfrentados pela população, são questões que podem vir a surgir na campanha enquanto demandas dos eleitores.

Contudo, quanto aos índices positivos do município, Belford Roxo é considerada relativamente bem-sucedida em esgotamento sanitário adequado e acesso a lazer, cultura e esporte.

Quarto colégio eleitoral da baixada

De acordo com o IBGE, a cidade possui 483.087 habitantes e dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam para um eleitorado de 347.220 pessoas. A cidade é o quarto colégio eleitoral da Baixada. Ainda segundo o TSE, há uma curiosidade em relação ao número de eleitores. Não houve um crescimento constante: em 2016, 328.777 estavam aptos a votar. Nas eleições de 2020, o total diminuiu para 325.796, uma queda de 2.981 eleitores. Neste ano, Belford Roxo cresceu em 21.424 eleitores.

Com relação ao comparecimento e à abstenção nas últimas eleições, em 2020 foram às urnas 75,54% dos eleitores, enquanto que, em 2022, nas eleições gerais, 77,82% votaram no primeiro turno e 78,98% no segundo turno da disputa entre Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O perfil do eleitorado de Belford Roxo é semelhante ao de cidades vizinhas. Segundo dados do TSE, é majoritariamente feminino: 54%. A maior parte dos eleitores possui entre 45 e 59 anos, sendo 24,47% do número total. O segundo maior grupo de faixa etária encontra-se entre 25 a 34 anos, correspondendo a 21,65% do eleitorado. O menor é o de quem tem 16 anos (0,15%). Quanto à raça/cor dos eleitores, 91,07% não informaram à Corte Eleitoral como se identificam.

Quem são os candidatos a prefeito

Márcio Canella (União)

Márcio Canella é deputado estadual pelo União Brasil — Foto: Octacílio Barbosa/Alerj

Até então aliado de Wagner Carneiro, o Waguinho (Republicanos), rompeu com o atual prefeito em 2022. O motivo foi o apoio de Waguinho ao então candidato a presidente Lula (PT). Canella declarou voto no então presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2014 e reeleito em 2018 e 2022, sendo o mais votado. Em 2016, foi eleito vice-prefeito de Waguinho. Em oposição à candidatura de Matheus do Waguinho (Republicanos), nome do prefeito na disputa, Canella acena ao bolsonarismo, e busca os votos dos eleitores do ex-presidente. Ele lidera as pesquisas de intenções de voto. Sua coligação reúne União, PP, PL, DC, Mobiliza, Avante, PSDB, Cidadania e PRTB.

Matheus do Waguinho (Republicanos)

Matheus do Waguinho, ao centro, é candidato a prefeito em Belford Roxo — Foto: Reprodução da internet

É o candidato do atual prefeito à sucessão ao cargo. Esta é a primeira eleição que Matheus do Waguinho disputa, não tendo um histórico na política. Tem como principal barreira o desconhecimento de seu nome por parte dos eleitores e a missão de manter o grupo de Waguinho à frente de Belford Roxo. O candidato do Republicanos também conta com o apoio da deputada federal Daniela Carneiro (União), parlamentar fluminense mais votada e mulher do prefeito Waguinho — ex-ministra do Turismo no atual governo Lula. Terá o presidente como um dos cabos eleitorais. Além do Republicanos, sua coligação é formada por PT-PCdoB-PV, PDT, PSD, Solidariedade, Pode, Agir e PRD.

Marquinho da Farmácia (MDB)

Washington Reis, Marquinho da Farmácia e seu vice, Serginho Bombeiro — Foto: Reprodução da Internet (MDB)

Inicialmente, acreditava-se que o MDB apoiaria o deputado Márcio Canella a prefeito. Mas, no mês passado, o partido anunciou a candidatura própria. Embora o MDB e o União Brasil tenham boas relações e sejam aliados em muitas outras regiões do Estado do Rio, uma possibilidade para o emedebista ter se lançado à prefeitura foi a decisão do vereador Celso do Alba (União) ter mantido sua candidatura a prefeito na vizinha Duque de Caxias. Com isso, o União tornou-se adversário de Netinho Reis (MDB) — sobrinho de Washington Reis, ex-prefeito e presidente estadual da legenda —, que busca manter o legado do tio. Essa será a primeira eleição que Marquinho da Farmácia concorrerá.

Assis Freitas (PSB)

Assis de Freitas (PSB) — Foto: Reprodução (Facebook)

Natural de Cuité (PB), é presidente municipal do PSB. Foi eleito suplente a deputado federal em 2022. Concorre pela segunda vez a prefeito. Já disputou vaga na Câmara Municipal de Belford Roxo e na Assembleia Legislativa. Foi filiado ao PCdoB e ao PT, legendas em que disputou pleitos anteriores. É ligado a movimentos populares da Baixada Fluminense. Sua chapa é “puro sangue” e não conta com alianças partidárias. Na região, tem como apoiadores de sua campanha o ex-prefeito e candidato à prefeitura de Nova Iguaçu Aluísio Gama e sua mulher, a ex-prefeita Sheila Gama. Nas redes sociais, tem mostrado sua ligação com nomes do partido, como o presidente estadual e ex-deputado Alessandro Molon.

Vinícius Cranio (PSOL)

Vinícius Cranio ao lado da deputada estadual Renata Souza — Foto: Reprodução (Facebook)

Advogado, ambientalista e com reduto eleitoral no Jardim Xavantes, bairro em que nasceu e foi criado, disputou uma vaga na Câmara Municipal em 2020 pelo PSOL, mas sem sucesso. Não conseguiu agregar partidos de esquerda para sua aliança. A maioria optou por seguir o PT no apoio ao candidato do atual prefeito. Tem candidatura afiançada pelos deputados federais Glauber Braga (PSOL) e Talíria Petrone (PSOL), que concorre à Prefeitura de Niterói. Em suas redes sociais, inclui fotos e vídeos ao lado de caciques de seu partido, como o deputado estadual Flávio Serafini e os deputados federais Chico Alencar e Tarcísio Motta, este candidato a prefeito do Rio de Janeiro. É atuante nas redes sociais.

‘Parentes’ lançam candidaturas

O rompimento entre Waguinho e Márcio Canella após as eleições de 2022 levou a uma polarização não só da briga pela Prefeitura de Belford Roxo. Essa divisão é observada também na disputa por cadeiras na Câmara Municipal. Na lista de candidaturas a vereador, há uma predominância de políticos que registraram “Waguinho” ou “Canella” em seus nomes nas urnas. Canella soma mais “parentes” nessa lista.

Nove candidatos têm nomes associados ao atual prefeito, nos mais diferentes partidos. São eles: Danielzinho do Waguinho (Republicanos), Nalvinha do Waguinho (PDT), Berg da Kombi do Waguinho (PDT), Gabi do Waguinho (Pode), Malu do Waguinho (Pode), Ednaldo do Waguinho (Agir), Lucas do Waguinho (Agir), Nuna do Waguinho (PSD) e Fábio do Waguinho (PT).

Já 15 se associaram a Canella, a maioria pelo União e pelo PL: Mel Canella (PP), Evandro Canella (PL), Nana Canella (PL), Letícia da Barreira Canella (PL), Marquinho do Canella (PL), Betão Canella (PL), Rodrigo Canella Força do Povo (PL), Derli Cipriano Canella (Mobiliza), Angelo Ramos Anjinho Canella (União), Dudu Canella (União), Nem Canella (União), Sidney Canella (União), Cris Canella (União), Sônia Rosa Canella (União) e Fabinho Canella (federação PSDB-Cidadania).

Projeto Tamo Junto

É uma parceria do EXTRA com o Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (Lappcom) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em que jornalistas e pesquisadores focalizam o processo eleitoral deste ano em dez cidades da Região Metropolitana e do Interior de Janeiro, abordando problemas, apontando soluções e apresentando os candidatos e seus planos de governo.

*Isabel de Souza é doutoranda em Políticas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento pela UFRJ, sob a supervisão de Marcelo Remigio

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Nova Iguaçu: religião está no centro da corrida eleitoral pela prefeitura

Posted by: | Posted on: agosto 19, 2024

Após oito anos de governo Rogério Lisboa (PP), os eleitores de Nova Iguaçu vão escolher um novo prefeito entre seis candidatos: Dudu Reina (PP), Tuninho da Padaria (PT), Clébio Lopes Jacaré (União), Aluísio Gama (PSB), Iza Dutra (Novo) e Dr. Leonardo Mazzutti (Rede).

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Entenda: Eleição em Duque de Caxias tem polarização e onipresença do discurso evangélico Paes: ‘Vejo o carioca cético a falsos profetas’, diz o prefeito no primeiro dia de campanha

Nova Iguaçu é a cidade-mãe da Baixada Fluminense. A partir de uma série de emancipações, surgiram sete dos 12 municípios que compõem a região: Duque de Caxias (1943), Nilópolis (1947), São João de Meriti (1947), Belford Roxo (1990), Queimados (1990), Japeri (1991) e Mesquita (1999).

Mesmo com o desmembramento histórico de seu território, Nova Iguaçu continua figurando como uma das cidades mais populosas do Rio de Janeiro. De acordo com o IBGE, o município tem hoje 785.867 habitantes, sendo a quarta maior cidade do estado e a 23ª maior do Brasil.

O município possui um eleitorado evangélico de peso. A maioria da população frequenta igrejas evangélicas e representa 36,93% dos moradores, despertando o interesse de candidatos em todos os pleitos. Já os católicos correspondem a 33,09%.

A maior denominação é a Assembleia de Deus, seguida da Igreja Batista e da Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo o Censo de 2022 sobre a quantidade de igrejas e espaços religiosos, Nova Iguaçu apresenta 4.187 unidades, sendo a terceira das dez cidades do Brasil com mais templos por habitante. Isso representa um índice de um templo para 188 pessoas.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam, em relação ao gênero, um eleitorado majoritariamente feminino, com 53% de mulheres, enquanto os homens somam 47% do eleitorado.

A faixa etária com o maior número de eleitores é de 45 a 59 anos, com 154.466 registros. Grande parte do eleitorado é formada por pessoas com ensino fundamental incompleto (27,79%), seguida pelos que têm ensino médio incompleto (24,78%) e ensino médio completo (23,09%), sendo que apenas 3,47% indicaram ter ensino superior completo.

Já o Índice de Progresso Social Brasil (IPS) mostra que Nova Iguaçu é uma cidade que apresenta índices considerados relativamente baixos em aspectos como moradia, nutrição, cuidados médicos básicos e inclusão social, chamando a atenção para a disparidade de gênero na Câmara Municipal — dos 11 vereadores eleitos em 2020, todos são homens — e para a alta violência contra mulheres.

Quem são os candidatos em Nova Iguaçu?

TUNINHO DA PADARIA (PT)

Lindbergh e Tuninho da Padaria — Foto: Divulgação

O petista tem como principal fiador de sua campanha o deputado federal e ex-prefeito Lindbergh Farias (PT-RJ). Reúne em sua coligação a federação PT-PV-PCdoB e as siglas PDT e PMB. Sua candidatura é decorrente de um esforço do PT para voltar a ter protagonismo no cenário fluminense, considerando que o presidente Lula perdeu nos 13 municípios da Baixada Fluminense para Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O partido comanda apenas uma prefeitura na região, Japeri.

ALUÍSIO GAMA (PSB)

Aluísio Gama — Foto: Agência O Globo

Velho conhecido do eleitor iguaçuano, foi prefeito de 1989 a 1992 pelo PDT, no momento em que o brizolismo era uma força hegemônica no Rio. Pelo PDT, também foi deputado estadual e secretário de Agricultura do governo Brizola. Durante sua trajetória política, Gama foi conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), cargo do qual se aposentou. Como ex-conselheiro, foi investigado na operação chamada “Quinto do Ouro”, em que acabou sendo preso, em 2017. Foi inocentado.

DUDU REINA (PP)

Dudu Reina — Foto: Reprodução

Presidente da Câmara Municipal, é o candidato do prefeito Rogério Lisboa (PP) e integra o grupo político do deputado federal Dr. Luizinho, presidente estadual do PP e o mais votado em Nova Iguaçu nas eleições de 2022, com 61.265 votos. Dr. Luizinho é peça importante no cenário político tanto na Baixada quanto no Estado do Rio. Reina tem a maior coligação. Além do PP, reúne PL, Avante, PSDB-Cidadania, MDB, PRTB, Republicanos, PRD, PSD e Solidariedade. É ligado ao bolsonarismo.

DR. LEONARDO MAZZUTTI (REDE)

LEONARDO MAZZUTTI — Foto: Reprodução

Advogado especializado na área criminal, concorre pela federação PSOL-Rede. Entre os apoiadores de sua candidatura está o deputado federal Chico Alencar (PSOL), com quem tirou fotos para divulgação de sua campanha. Foi candidato a vereador em 2008 pelo antigo PR. Tem ligação com o eleitorado católico. Também chamado de “Dr. Thor”, possui forte presença nas redes sociais, onde ganhou popularidade ao mostrar os estragos das enchentes na cidade e em sua casa.

CLÉBIO LOPES JACARÉ (UNIÃO)

Clébio Jacaré — Foto: Divulgação

Disputou outras duas eleições, mas nunca conquistou cargo eletivo. No período eleitoral de 2022, foi preso na Operação Apanthropía, do Ministério Público do Rio, por suspeita de desvio de recursos públicos na Prefeitura de Itatiaia. Foi solto uma semana depois e não sofreu condenação. Este ano, pediu à Justiça habeas corpus preventivo, que não foi concedido. É o candidato mais rico da Baixada, com um patrimônio de R$ 49 milhões de reais, sendo R$ 4 milhões em espécie.

IZA DUTRA (Novo)

Iza Dutra — Foto: Reprodução

Sargento da Polícia Militar e engenheira, é mestranda em Políticas Públicas pela Uerj e foi fundadora do Movimento Jovem Iguaçuano. Pastora, tem forte entrada no eleitorado evangélico. Com discurso voltado para o conservadorismo, conta com o apoio do ex-procurador da Operação Lava-Jato Deltan Dallagnol, com quem posou para fotos divulgadas em suas redes sociais — onde há críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Novo Executivo, Legislativo maior

As eleições municipais deste ano em Nova Iguaçu marcam dois temas importantes: a sucessão do prefeito Rogério Lisboa, que foi reeleito em 2020, e a nova composição da Câmara Municipal com o aumento de cadeiras em relação à eleição passada.

Em oito anos de governo, Rogério Lisboa, hoje no PP, se consolidou como uma das lideranças da Baixada Fluminense, influenciando candidaturas em cidades vizinhas. Com fama de articulador, conseguiu agregar em pleitos anteriores partidos (alguns extintos) que vão da esquerda à direita, como o PR, PT, PEN, PCdoB, PMB, PPS e PDT.

Lisboa também controlou, ao longo de seu governo, o Legislativo. A Casa terá aumento de cadeiras este ano e, segundo dados preliminares do Censo de 2022, Nova Iguaçu já somaria 785.882 habitantes, o suficiente para ampliar o número. Pela Constituição, poderia dispor de até 29 vereadores.

O município vem alterando o número de vereadores nos últimos anos. Nas eleições de 2016, a Câmara era formada por 17 parlamentares. Já em 2020, uma queda, quando baixou para11 cadeiras. Para as eleições deste ano, houve um novo aumento: foi estabelecido o número de 23 vereadores. Pela legislação, cada partido poderá lançar uma lista equivalente ao total de cadeiras mais um. No caso, 24.

Projeto Tamo Junto

É uma parceria do EXTRA com o Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (Lappcom) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em que jornalistas e pesquisadores focalizam o processo eleitoral deste ano em dez cidades da Região Metropolitana e do Interior de Janeiro, abordando problemas, apontando soluções e apresentando os candidatos e seus planos de governo.

*Mestre em Sociologia Política pelo Iuperj-Ucam, sob a supervisão de Marcelo Remigio

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Após perda do irmão, Ralf dá pausa na carreira: ‘Estou no pior momento da minha vida’, diz emocionado

Posted by: | Posted on: agosto 16, 2024

Quase dois meses depois da morte de Chrystian, com quem formou uma dupla durante décadas, Ralf pediu um tempo. Após sepultar o irmão, ele saiu em turnê pelos EUA e ainda fez uma série de shows em cidades como Presidente Prudente, em São Paulo, honrando seus compromissos profissionais. Mas a dor da saudade foi ficando insuportável.

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“Depois da morte de Chrystian, segui para fazer shows nos Estados Unidos e outros no Brasil. Foi ficando difícil e pedi um tempo. Estava muito mal. Não conseguia mais cantar. Não conseguia cantar ‘Amaremos’ (um de seus sucessos). Estava muito pesado para mim”, desabafa Ralf em entrevista ao canal de André Piunti no YouTube.

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Veja fotos do cantor Chrystian

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian em postagem nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

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O cantor Chrystian foi casado com Gretchen — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian em último projeto lançado para comemorar seus 60 anos de carreira — Foto: Reprodução/Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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Chrystian com a mulher, Key Vieira — Foto: Instagram

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O sertanejo Chrystian em show — Foto: Reprodução/Instagram

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Chrystian — Foto: Reprodução/ Instagram

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Cantor Chrystian, que fez dupla com Ralf, morreu nesta quarta-feira — Foto: Reprodução

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Chrystian e Ralf — Foto: Divulgação

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A dupla Lipe & Lyan com o sertanejo Chrystian — Foto: Reprodução/Instagram

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Chrystian celebrou entrevista ao lado de amigos em últimos posts — Foto: Reprodução/Instagram

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A dupla Chrystian e Ralf recebendo prêmio Sharp de Música de melhor dupla — Foto: Arquivo/Agência O Globo

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Chrystian e Ralf no programa de Leandro e Leonardo, em 1992 — Foto: Carlos Magno / Agência O Globo

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Chrystian acumulou dívidas com hospital e IPTU — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

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O cantor Chrystian com a mulher — Foto: Instagram

Músico morreu no dia 19 de junho, aos 67 anos

Além de lidar com a perda do irmão, Ralf precisou enfrentar críticas por estar afastado de Chrystian na época de sua morte. “Eu sou disléxico e no velório eu disse que a gente estava há quatro anos sem se falar. Fui corrigido depois pelo meu escritório. A gente se falou na pandemia inteira”, explicou o sertanejo, que foi julgado também por ter mantido sua agenda:

“Estou no pior momento da minha vida. Procuro me isentar nas críticas e ter meu sentimento. As pessoas acham que o luto está na roupa que você veste. O luto é o que você sente por dentro. Elas não podem analisar seu sentimento. Ele não é seu, é meu”.

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Ralf se emociona ao lembrar do irmão — Foto: reprodução/ youtube

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História: as idas e vindas para demarcar a estaca zero de Brasília

Posted by: | Posted on: agosto 15, 2024

Novidade da história da capital do país, a descoberta do que está sendo chamado de “Marco Zero” de Brasília tem levado muitos turistas, curiosos e entusiastas para o Buraco do Tatu, embaixo da Rodoviária do Plano Piloto. No entanto, o ponto a partir do qual foram feitas as medições para a construção de Brasília já havia sido “descoberta” pelo menos duas vezes nas últimas décadas.

O jornalista Jarbas Silva Marques, 81 anos, contou ao Correio que, em 2002, na ocasião do centenário de nascimento de Lucio Costa e do presidente Juscelino Kubitschek, ele tentou construir um monumento no local para marcar a “estaca zero” (como ele aponta ser o termo correto) da capital. Na época, ele era diretor do Patrimônio Histórico e Artístico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF).

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Jarbas relata que, para a festividade, Augusto Guimarães Filho, engenheiro-chefe do escritório de Lucio no Rio de Janeiro na época da construção de Brasília, pediu-lhe para resgatar o que ele considerava uma “grande omissão”, que era não ter feito um monumento na estaca zero da cidade. Os dois eram amigos próximos.

Para tal, Jarbas foi em busca de amigos, como Joffre Mozart Parada, engenheiro topógrafo que recebeu as coordenadas para fincar a estaca, em 1957, e o então diretor de edificações da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Cláudio Santana, também responsável pela primeira edificação residencial de Brasília. Jarbas se reuniu com a diretoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Entre 2001 e 2002, Bush estava preparando a invasão do Iraque. Os satélites militares americanos interferiam em cima de Brasília e o IBGE não pôde fazer a plotagem de onde era a estaca zero”, lembra Jarbas. “Então, a equipe de topografia da Novacap usou as amarrações da terceira ponte para chegarmos até o cruzamento do Eixo Monumental com o Rodoviário. Eu, com a minha equipe e a da Novacap achamos o ponto e fizemos um cruzamento de giz e eu bati uma estaca de ferro no local”, continua.

Marques também dá detalhes do projeto que pensou para o local. Seria subida uma cinta de aço escovada nas laterais do Buraco do Tatu, e, no ponto onde estava a estaca, seria feita uma escareação no concreto para botar uma lâmpada em giroscópio, que giraria dia e noite. “Em cima, em frente à Administração da Rodoviária, ficaria o pátio para os turistas assistirem. Brasília é uma das poucas capitais do mundo onde você pode colocar o dedo no local onde começou a cidade”, assinala o jornalista. Contudo, a Secretaria de Obras não autorizou a construção do monumento.

Jarbas Silva Marques é testemunha preciosa da construção de Brasília, evento que cobriu como jornalista. Ele estava em Brasília, em 1957, quando começou a construção da nova capital do maior país da América do Sul. Em uma das fotos do início das obras, Jarbas chama atenção para um monte de terra no local onde hoje é a Rodoviária do Plano Piloto. “Ali é o local da estaca zero”, aponta. O nome “Buraco do Tatu” surgiu porque nesse monte de terra havia um buraco feito por esse animal típico do Cerrado. “Quem me disse isso foi Mário Fontenelle, grande fotógrafo de Brasília, mecânico de avião de Juscelino, que lhe deu uma máquina fotográfica com a qual ele fez cerca de 8 mil fotogramas”, relata.

A escolha do local para fincar a estaca zero foi motivo de conflito entre Augusto Guimarães Filho e Israel Pinheiro, que queria marcar o ponto em qualquer local. “Você assina um documento, porque, do jeito que você quer, a Asa Norte vai cair dentro do lago”, teria rebatido Augusto, engenheiro apontado como o responsável por tirar Brasília do papel.

Em 15 de abril de 1957, o Sítio Castanho, em seu ponto mais alto, a 1.172 metros de altitude, onde hoje é a Praça do Cruzeiro, teria sido escolhido para a construção de Brasília. “Em 20 de Abril, Jofre desce abrindo a picada para medir o Eixo Monumental e marcar onde seria feito o Eixo Rodoviário. Depois de marcar a estaca zero, começou a remoção de terra para aplainar a Esplanada dos Ministérios, que era uma depressão”, conta Jarbas, que tem passagens por veículos de comunicação, como a Revista IstoÉ e o Correio Braziliense.

Em 2021, o geógrafo Telmo Ribeiro, 60 anos, fez uma outra marcação da estaca zero de Brasília. “Eu e colegas fizemos, por diversão, a medição e achamos o ponto exato. Tinha um olho de gato a 1,5m do ponto, mas não tinha nada oficial marcado, apenas uma inscrição ‘MZ'”, lembra o geógrafo, que passaria a trabalhar no IHGDF no ano seguinte.

Em 2023, ele propôs ao instituto a promoção de um concurso para fazer a demarcação da estaca zero, mas foi informado que nada poderia ser construído no Buraco do Tatu. Casualmente, na obra que foi feita no local, retiraram o asfalto e acharam a estaca de cimento, que o Arquivo Público confirmou ser a estaca zero.

“Ali começou a cidade. Todas as cidades têm o seu marco zero. Aqui, o marco zero é mais importante porque se trata de uma cidade projetada. Dá início à construção real e simbólica de Brasília. É onde tudo começou”, frisa o geógrafo.

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Atividades turísticas no Rio de Janeiro cresceram mais do que no Brasil em junho

Posted by: | Posted on: agosto 14, 2024

As atividades turísticas no Rio de Janeiro cresceram mais do que no Brasil, segundo uma análise feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), com base na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de junho deste ano.

De acordo com o IFec RJ, o crescimento do volume de serviços turísticos no Estado do Rio ficou duas vezes acima do índice mensal do país.

O índice que trata do volume de serviços de turismo fluminense variou 8,2% em relação ao maio deste ano e 11,5% na comparação interanual, acumulando alta de 9,3% nos últimos 12 meses e de 5% se comparado a maio de 2023.

No Brasil, o índice variou 3,4% frente ao mês de maio e 3,9% na comparação interanual, registrando alta de 3,4% nos últimos 12 meses e de 1,3% ao ano.

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Estado do Rio tem 6.468 vagas de estágio, aprendiz e emprego abertas. Confira como se candidatar

Posted by: | Posted on: agosto 13, 2024

O Estado do Rio tem 6.468 vagas abertas para todos os níveis de escolaridade. Há oportunidades de nível médio, com salários que chegam a R$ 7.060, anunciados no painel do governo do estado.

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A Secretaria estadual de Trabalho e Renda tem, ao todo, 1.909 chances de emprego. O maior salário, de cerca de R$ 7.060, é para a função de gerente de loja e supermercado, com exigência de experiência pregressa. Também há chances para motorista de ônibus urbano, lanterneiro, mecânico de refrigeração, mecânico de motor, entre outras, com salários que variam de um a cinco mínimos (de R$ 1.412 a R$ 7.060), com diferentes escolaridades, mas todos com pré-requisito de experiência.

Em qualquer caso, para se candidatar, é importante ter cadastro e currículo atualizados no Sistema Nacional de Emprego (Sine), que analisa o perfil do candidato e a vaga cadastrada pelo empregador. Basta ir a uma unidade do Sine, levando os documentos de identificação civil, carteira de trabalho, PIS/Pasep/NIT/NIS e CPF. Veja endereços e mais informações sobre as vagas aqui.

A Prefeitura do Rio reúne 2.119 oportunidades, sendo 248 para pessoas com deficiência (PcDs). Nesta semana, há 40 vagas para função de garçom, com exigência de seis meses de experiência, para a Região Metropolitana.Há também vagas para ajudante de entregas (20), auxiliar de pátio (10), borracheiro (10), operador de caixa (30), auxiliar de limpeza (13), repositor em supermercados (14), entre outras. As duas últimas são destinadas a pessoas com deficiência (PcDs).

Quem não tem fácil acesso à internet pode se cadastrar comparecendo a um dos sete postos de atendimento, portando RG, CPF, PIS e currículo. Eles funcionam das 8h às 16h e ficam em Campo Grande (Rua Coxilha s/nº); Engenho Novo (Rua Vinte Quatro de Maio 931), Ilha do Governador (Estrada do Dendê 2.080), Jacarepaguá (Avenida Geremário Dantas 1.400, salas 172 e 173), Santa Cruz (Rua Lopes de Moura 58), Tijuca (Rua Camaragibe 25) e Centro (Avenida Presidente Vargas 1.997, no Ciad), que era exclusivo para pessoas com deficiência e, agora, atende também trabalhadores em geral. Um dos meios de se candidatar é preencher o formulário on-line, aqui.

Pessoas com deficiência têm a opção ainda de enviar o currículo para o e-mail vagaspcd.smte@gmail.com ou comparecer ao Ciad.

Para quem estuda

No CIEE Rio, são oferecidas 1.615 vagas. Dessas, 994 são para estudantes de nível superior, em cursos como Engenharia de Produção, Direito, Administração e Psicologia. Há também 621 postos disponíveis para alunos de nível médio e técnico, além de postos do programa Jovem Aprendiz.

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As vagas são distribuídas em dez cidades em diferentes pontos do estado: Barra Mansa, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio de Janeiro e Teresópolis. Os interessados devem se cadastrar ou atualizar os dados pelo site www.ciee.org.br.

Há ainda 825 chances de estágio anunciadas pela Fundação Mudes. As carreiras do ensino superior com o maior número de vagas são: Administração, Ciências Contábeis e Comunicação Social. Já as oportunidades destinadas ao programa Jovem Aprendiz somam vagas. O valor da bolsa-auxílio pode chegar a R$ 2 mil. Para se candidatar, basta acessar este site.

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Moda evangélica ganha espaço no varejo com aposta no ‘recato com estilo’

Posted by: | Posted on: agosto 12, 2024

Quem navega por marketplaces como a Shopee ou até mesmo por redes sociais como o Instagram talvez já tenha se deparado com a categoria “moda evangélica”.

O novo conceito vem conquistando adeptos de religiões cristãs protestantes, que querem se vestir de acordo com seus valores — entre eles o recato em relação ao corpo — mas sem deixar de ter estilo. E rapidamente também atraiu pequenos empreendedores que viram no filão uma boa oportunidade de negócio.

Um desses empreendimentos é a Sali, que se define como uma loja de moda fitness e praia evangélica. A empresa foi criada como uma loja on-line em 2019 em Caruaru (PE) por Oseias Santana.

Ele conta que a ideia veio de sua esposa depois de ela sair para comprar roupas de academia com uma amiga. Elas não encontraram itens para a prática de esportes que fossem mais discretos e adequados ao seu estilo de vida. Precisavam de algo que não deixasse o corpo muito exposto, mas com flexibilidade para os exercícios.

— Ela pensou que poderíamos fazer produtos sob encomenda e foi quando surgiu a ideia. Se era uma necessidade das duas, por que não expandir para todo mundo e começar a fabricar? Aí começamos a moda fitness evangélica. E a moda praia surgiu depois, com a mesma proposta, que é fazer uma adequação para a mulher se vestir bem, com tecidos corretos para usar na praia e na academia, mas também com o corpo mais coberto — diz o empresário.

Ele rejeita moralismos e estereótipos. Ressalta que seus produtos não agradam só às evangélicas, mas também idosas e mulheres de outras crenças que não se sentem confortáveis com vestuário que deixa o corpo à mostra. Ele também vê uma demanda entre profissionais que julgam necessitar de mais sobriedade mesmo nas horas de lazer, como advogadas, bancárias, contadoras.

— A moda evangélica, para mim, é algo que não vai ferir os seus valores. É para quem quer estar alinhado com a sua fé. Existem pessoas, e até muitos evangélicos, que gostam de mostrar o corpo, e tudo bem, mas já tem muita gente atendendo esse público. Nossa ideia era a inclusão. Se você não quer expor seu corpo, tem a opção de ter roupas que se adéquem à você — ele diz.

Hoje a Sali tem uma loja física em Caruaru para o varejo, mas já vende o que fabrica por atacado pela internet para revendedores em várias regiões do país. A marca foi crescendo ao longo dos anos e investiu no marketing de influência por meio de parcerias com cantoras evangélicas conhecidas no meio, com destaque para Amanda Wanessa. A estratégia ajudou a divulgar os produtos na comunidade evangélica, onde o boca-a-boca é intenso.

De acordo com Oseias, o faturamento anual da empresa já chega a R$ 500 mil:

— Nossa maior proposta é não representar o evangélico de uma forma caricata, mas sim fazer a mulher evangélica se sentir bonita — define o empreendedor.

Comunidade influente

É assim que se sente Carla Gabriela Santos, de 23 anos, uma das primeiras clientes da Sali. Ela conta que antes de começar a consumir marcas evangélicas ia para a academia com blusas largas e compridas sobre a calça legging, mas não se sentia estilosa. A mesma coisa acontecia na praia.

— Antes eu tinha muita dificuldade de usar roupas de praia porque, como sou alta, elas ficavam muito curtas ou eram muito reveladoras. Então ter uma marca com esse estilo que a gente gosta, com vários tipos de tecidos e modelos é muito importante. Com o short-saia, por exemplo, eu me sinto muito mais confortável indo para a academia. E comprando deles a gente fortalece a nossa comunidade, o que é muito valioso.

O short-saia é um dos itens mais populares das linhas evangélicas para quem gosta de malhar. É uma bermuda que disfarça as curvas com uma saia sobreposta, um acessório similar ao que se vê na chamada calça-saia, que elimina o constrangimento de algumas para usar uma legging bem marcada.

Entre outros produtos fitness para esse público da Sali estão bermudas mais soltinhas e compridas, que vão até o joelho, e batas e até blusas mais justas, mas nada de decote. Na linha praia, o hit do momento é um maiô em formato de vestido.

Se o Brasil já teve mais de 90% da população representada por católicos, hoje o segmento religioso que mais cresce é o evangélico. De acordo com dados do IBGE, esse grupo saltou de 15,4% da população em 2000 para 22,2% em 2010.

Os dados de religião do Censo de 2022 ainda não foram divulgados, mas, em 2020, uma pesquisa do Datafolha estimou em 31% a parcela de evangélicos nos país. Um levantamento feito pelo GLOBO em 2022 apontou que 21 templos evangélicos são abertos por dia no Brasil.

Os números não deixam dúvidas de que se trata de um mercado consumidor crescente e que tem as suas especificidades. Esse crescimento se reflete no comportamento dos consumidores nas plataformas de comércio eletrônico. Só na Shopee há mais de 170 vendedores brasileiros cadastrados com termos que se aplicam à moda evangélica, de acordo com informações do site de e-commerce.

Em um ano, a busca por termos como “calça e camiseta evangélica” cresceu mais de três vezes. Já a procura por “jeans evangélico” e “saia evangélica” dobrou. O próprio termo “moda evangélica” aumentou em duas vezes suas buscas no app da Shoppe, que tem cerca de 2,5 mil itens relacionados a esse tema. Entre os mais vendidos estão os produtos de moda fitness para esse público.

A influenciadora Sarah Assunção garimpa no comércio eletrônico as peças que exibe no Instagram, onde compartilha vídeos com dicas de moda evangélica. Com mais de 140 mil seguidores na rede social, ela chegou a tentar criar sua própria marca, mas acabou desistindo, e resolveu focar na criação de conteúdo, quando começou a crescer nas redes.

— Meu intuito maior é trazer coisas acessíveis para esse público, ensinar as mulheres a buscar tendências e modernidade em suas roupas. Não aquele uniforme de evangélica que a gente vê por aí — diz a influenciadora, que faz parcerias publicitárias com marcas focadas no público cristão.

Saia ‘midi’

Sarah é membro da Congregação Cristã, denominação em que as mulheres costumam usar saias e vestidos mais longos. Em um de seus vídeos com mais visualizações, a influenciadora falou sobre como a moda evangélica estava ganhando o mundo com a saia midi, modelo frequentemente usado pelos integrantes da igreja, mas que conquista até quem não é da mesma religião. Para ela, estimular criatividade entre os evangélicos é uma forma de modernização:

— A moda evangélica significa tudo para mim porque é o meu meio de me vestir. É um nicho forte dentro da moda feminina, que está crescendo cada vez mais. Acredito que ainda tem espaço para novas marcas, novos conceitos. A minha intenção é essa, trazer sempre novos conceitos dentro do estilo evangélico, principalmente com saias e vestidos.

Também foram as saias mais longas que estimularam Bruna Calcagno a empreender. Com dificuldades de encontrar modelos midi com valores acessíveis, Bruna resolveu transformar uma necessidade sua em oportunidade. Em 2018, abriu a loja on-line “Toda Cristã”, de moda feminina, que hoje tem quatro unidades físicas em cidades da Baixada Fluminense.

Ela conta que o negócio explodiu em 2020, com o crescimento do comércio eletrônico na pandemia, mas a queda nas vendas em 2021 a obrigou a rever a estratégia. Começou a fazer parcerias com influenciadores evangélicos e a participar de lives. O negócio voltou a prosperar e ela teve musculatura para investir nas lojas.

Bruna diz que geralmente recebe clientes com as mesmas questões que ela mesma já teve, como dificuldade de encontrar modelagens estilosas e ao mesmo tempo sóbrias, adequadas a diferentes tipos de corpo sem mostrar muito. E destaca que principalmente as mulheres altas têm dificuldades de encontrar peças com o comprimento adequado.

— Hoje a gente vende não só para cristãs, mas para pessoas que querem se vestir modestamente, prontas para entrar numa reunião, numa empresa. Não é só sobre religião — afirma a empresária.

— Para mim é sobre modéstia. É se vestir de maneira santa, porque a Bíblia fala que nosso corpo é templo do espírito. Não preciso exibir o corpo para mostrar que sou bonita e legal. Eu me visto para mostrar que sou uma empresária e uma mulher boa, e não é meu corpo que fala isso.