• Direto no Ponto

Censo 2022: Brasil tem mais pessoas graduadas, mas um terço não terminou o ensino fundamental

Posted by: | Posted on: fevereiro 26, 2025

Apesar de ter caído pela metade em 22 anos, o número de brasileiros que não completou nem o ensino fundamental ainda representa 35% da população, de acordo com os dados mais recentes do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira. Ao mesmo tempo, a proporção da população com ensino superior completo praticamente triplicou no mesmo período, subindo de 6,8% para 18,4%.

Continuar lendo

Essa é a segunda divulgação sobre educação do Censo 2022. Em maio do ano passado, o IBGE publicou as informações sobre alfabetização. Agora, ele apresenta os dados sobre a escolaridade média dos brasileiros. Esse é um questionário amostral, em que participam 10% da população, mas de forma com que seja representativo para todo o país.

A redução do percentual de brasileiros sem instrução ou com ensino fundamental incompleto reflete avanços na busca pela universalização do ensino básico nas últimas duas décadas. Em 2000, quase dois terços da população acima de 25 anos não tinham concluído essa etapa da educação.

Em 2010, esse número caiu para 49,3%, e, em 2022, atingiu 35,2%. No entanto, a distribuição desses avanços não ocorreu de maneira homogênea pelo país. A Região Nordeste continua apresentando a maior proporção de pessoas nessa condição, com 44,6% da população acima dos 25 anos ainda sem instrução ou com fundamental incompleto, enquanto a Região Sudeste tem a menor taxa, de 30%.

Nível superior

O crescimento da proporção de brasileiros com ensino superior completo representa um dos avanços mais expressivos do período analisado. Em 2000, apenas 6,8% da população com 25 anos ou mais possuía diploma de graduação. Esse percentual subiu para 11,3% em 2010 e chegou a 18,4% em 2022. Apesar do progresso, o Brasil ainda fica atrás de países desenvolvidos, onde mais de 30% da população adulta têm diploma universitário.

75% dos médicos são brancos

A desigualdade no acesso ao ensino superior caiu nos últimos 22 anos, mas a população negra que cursou pelo menos a graduação ainda corresponde à metade da branca. Em áreas com alto retorno econômico, a diferença de acesso é ainda maior. Enquanto apenas 2,8% dos médicos e 3,9% dos economistas brasileiros são pretos, 75% dos diplomados das duas áreas são brancos. Já os pardos correspondem a, respectivamente, 19% e 18% dos graduados nessas profissões.

Só cinco de 87 áreas de graduação agrupadas pelo IBGE no Censo 2022 têm maioria de profissionais diplomados negros (o conjunto de pretos e pardos) no país. Nessa lista, estão serviço social; proteção de pessoas e de propriedades; saúde e segurança no trabalho; pesca; e religião e teologia.

Desigualdade persiste

A proporção de pessoas pretas e pardas que cursaram graduação quintuplicou em 22 anos. No entanto, ainda é metade da branca. Segundo o IBGE, apenas 2,1% da população preta e 2,4% da parda, em 2000, possuíam ensino superior. Entre os brancos, esse patamar era de 9,9%. Já em 2022, esses patamares subiram em todos os grupos analisados e passaram para 11,7%, 12,3% e 25,8%, respectivamente.

Os dados mostram ainda que 62% dos brasileiros com ensino superior são brancos, e 36% são negros (7% de pretos e 29% de pardos). Considerando apenas a população de 25 a 29 anos, isso cai para 58% e 41%, respectivamente — o que aponta um caminho de diminuição da desigualdade.

Esses avanços registrados refletem diversas políticas de expansão do ensino superior público e esforços de inclusão, como a política de cotas, implementada a partir de 2012, e programas como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), de 2005.





Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *