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Nova pesquisa mostra cenário eleitoral entre prefeito e bolsonarista em BH
O prefeito Fuad Noman (PSD) se destaca na corrida eleitoral de Belo Horizonte, liderando com 49,3% das intenções de voto, 13,7 pontos percentuais à frente de Bruno Engler (PL), que obteve 35,6% no primeiro turno. Os dados são da pesquisa Viva Voz, divulgada nesta segunda-feira (21/10).
Os números apresentados são da pesquisa estimulada, na qual os candidatos são nomeados aos eleitores. De acordo com os resultados, 9,5% dos belo-horizontinos pretendem votar em branco ou nulo, enquanto 5,6% ainda estão indecisos.
Na pesquisa espontânea, onde os nomes não são revelados, 42,6% dos eleitores afirmaram que votarão em Fuad, enquanto Engler registrou 30,9%. O índice de indecisos é de 15,7%, e os que pretendem votar em branco ou nulo somam 10,8%.
O universo da pesquisa abrange eleitores de Belo Horizonte a partir de 16 anos. Foram realizadas 940 entrevistas, resultando em uma margem de erro de 3,2% e um nível de confiança de 95%.
A amostra representa os eleitores das áreas pesquisadas e foi selecionada em duas etapas. A primeira consistiu em um sorteio probabilístico das localidades onde as entrevistas foram conduzidas, utilizando o método de Probabilidade Proporcional ao Tamanho (PPT), considerando a população de 16 anos ou mais, residente nas áreas.
Na segunda etapa, a seleção dos entrevistados foi realizada com quotas amostrais proporcionais, conforme os gráficos apresentados. Os dados têm como fonte o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de julho/2024, IBGE (Censo 2022) e IBGE (PNADc 2023).
Segundo a Viva Voz, Bruno Engler é o candidato mais rejeitado na capital mineira, com 40,7% de rejeição. Fuad Noman, por sua vez, apresentou uma taxa de 28,7%.
Um dado que chama a atenção é que 14,3% da população respondeu que poderia votar em qualquer um dos dois. Aqueles que afirmaram que não votariam em nenhum deles somam 9,2%. Além disso, 7,1% dos entrevistados não responderam ou não souberam responder.
A pesquisa também abordou a avaliação da atual gestão de Belo Horizonte. Neste contexto, 67% dos eleitores aprovaram a forma como Fuad Noman vem conduzindo a cidade, enquanto 29% desaprovaram. Aqueles que não souberam ou não responderam somaram 4%.
Quanto à qualidade da gestão, 40% dos eleitores consideraram a administração regular, 36% a avaliaram como boa, 9% como ruim e 8% como péssima. Somente 5% a consideraram ótima, enquanto 2% não souberam ou não responderam.
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Prefeito de Planaltina de Goiás promete investir em saúde e infraestrutura
Uma das seis cidades com mais de 100 mil habitantes da Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal (RME), de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Planaltina de Goiás foi a escolhida para fechar a série de reportagens do Correio Braziliense com os planos dos prefeitos eleitos em cinco dos seis maiores colégios eleitorais entre os municípios que compõem esse conjunto.
Reeleito para comandar Planaltina pelos próximos quatro anos, com 33.748 (69,78%) dos votos válidos, o delegado Cristiomário (PP) tem planos para consolidar o progresso em todas as áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura. “Além disso, vou fortalecer o desenvolvimento econômico, para gerar mais empregos e oportunidades. Minha gestão será marcada pela eficiência e transparência”, garantiu.
Sobre a saúde, uma das prioridades, o prefeito afirmou que vai continuar investindo na modernização das unidades e ampliar o atendimento, focando na atenção primária, para evitar que casos simples se agravem. “Também queremos atrair mais especialistas e assegurar que as farmácias municipais estejam sempre abastecidas. Outro ponto essencial é fortalecer parcerias com os governos estadual e federal, melhorando a gestão e otimizando os recursos disponíveis”, detalhou.
Cristiomário pretende construir um novo hospital em Planaltina de Goiás. “Ele estará totalmente equipado, o que ampliará significativamente nossa capacidade de atendimento”, pontuou. “Também vou concluir dois novos ‘postinhos’ nos bairros Imigrantes e São Francisco, garantindo maior acesso aos serviços básicos de saúde”, acrescentou o gestor.
Durante o período de campanha, o prefeito sofreu um acidente na DF-128, principal acesso entre Planaltina e o DF. uma via considerada perigosa. Questionado se pretende conversar com o GDF para buscar alguma parceria para mudar essa realidade, ele acenou positivamente.
“A segurança na DF-128 é uma preocupação real para todos. Pretendo reforçar o diálogo com o governador Ibaneis Rocha, para buscar uma solução integrada que contemple a duplicação da via, a instalação de iluminação adequada e redutores de velocidade”, ressaltou. A ideia, de acordo com ele, é trabalhar por uma parceria sólida, com o objetivo de garantir uma estrada segura para os moradores e para quem transita pela região.
Além disso, o prefeito reeleito destacou que há uma série de projetos importantes em andamento, que serão entregues até o fim do seu mandato, em 2028. “Entre eles está o anel viário leste, que melhorará a mobilidade e desafogará o trânsito na região”, comentou. “Na área da educação, está em andamento a construção de novos colégios na quadra 14 do Setor Norte e na Quadra 3 do Setor Oeste, oferecendo mais vagas e infraestrutura de qualidade para os estudantes”, ressaltou Cristiomário.
Ao responder ao último questionamento feito a todos os entrevistados durante a série, o prefeito afirmou que a relação entre Planaltina de Goiás e o Distrito Federal é estratégica para a cidade da Região Metropolitana. “Pretendo manter um diálogo constante com o GDF para resolver questões de infraestrutura e mobilidade, como a DF-128, e ampliar parcerias nas áreas de saúde e segurança pública”, observou. “Juntos, podemos desenvolver projetos que beneficiem Planaltina, assim como todos os municípios do Entorno”, avaliou o progressista.
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Luta contra a violência à mulher no DF: quais os direitos conquistados nos últimos anos?
Por Eneida Orbage de Britto Taquary* — A violência é um fenômeno social e global, presente em todo o mundo. Todavia, a violência contra a mulher se tornou endêmica. A realidade do Distrito Federal não é diferente. Atualmente, alcançamos a marca de 15 feminicídios no ano de 2024. Desde a criação da Lei Maria da Penha, em 2006, há mais de 18 anos, muitas políticas de proteção à mulher foram elaboradas, e outras ações foram implementadas em âmbito nacional, influenciando decisivamente o enfrentamento da violência contra a mulher no Distrito Federal.
O combate à violência contra a mulher no DF tem sido enfrentado com ações afirmativas, que proporcionam desde o acesso a serviços públicos especializados até a representação política na Câmara Distrital e no Congresso Nacional.
Entre os direitos conquistados, o maior deles é o acesso à informação. Ter consciência de que se é vítima de violência e conseguir se mobilizar para denunciar constitui uma revolução no comportamento feminino, que sempre foi sufocado pela discriminação e pela falta de oportunidades igualitárias na sociedade.
Além do acesso à informação, podemos destacar os avanços na educação. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF possui uma das taxas mais altas de escolarização feminina do país, com 93,4% das mulheres entre 15 e 29 anos tendo concluído o ensino fundamental. Além disso, a Secretaria de Educação do DF tem investido em programas para combater a evasão escolar de meninas e promover a igualdade de gênero na educação. Em 2023, foram matriculadas na rede pública 208.608 estudantes do sexo feminino.
Ainda é necessário esclarecer, por meio de mais campanhas educativas, o que é a violência. Há muita desinformação e ignorância sobre as múltiplas formas de violência, como elas são perpetradas e quais medidas protetivas existem na legislação e podem salvar mulheres, meninas e meninos desses ataques de violência.
Outro avanço foi na segurança pública, com a criação de duas delegacias de atendimento especializado: a Deam I – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I, que funciona há mais de 30 anos, e a Deam II – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II, com quatro anos de funcionamento, ambas operando 24 horas por dia.
É importante também citar a criação do Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Nuiam), uma iniciativa da Polícia Civil do DF para enfrentar a violência contra a mulher, em parceria com os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (TJDFT), as Promotorias de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (MPDFT), além de outras instituições governamentais, iniciativa privada e sociedade civil organizada. O Nuiam busca prestar um atendimento mais humanizado e eficiente, oferecendo melhores condições para que a mulher possa interromper o ciclo de violência.
Não posso deixar de mencionar as políticas públicas voltadas para as mulheres. O Distrito Federal conta com uma Secretaria de Estado da Mulher, criada em 1986, que tem como objetivo promover a igualdade de gênero e combater a violência contra a mulher. Além disso, o DF possui uma rede de atendimento às mulheres em situação de violência, que inclui casas-abrigo, centros de referência e delegacias especializadas.
Portanto, diversos avanços aconteceram na luta contra a violência à mulher no DF, porém muitos desafios ainda precisam ser enfrentados.
Eneida Orbage de Britto Taquary é professora do curso de Direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB) e membro do Observatório das Múltiplas Violências Praticadas contra a Mulher da OAB/DF.
*Professora do curso de direito da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB) e membro do Observatório das Múltiplas Violências Praticadas contra a Mulher da OAB/DF
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Ação da Embraer decola, com valorização de mais de 100% no ano
Nos últimos 12 meses, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, se valoriza pouco mais de 12%, mas o que chama a atenção dos investidores é a alta dos papéis da fabricante brasileira de aviões Embraer, que integra o indicador. No mesmo período, eles se valorizam mais de 157% e, no ano, sobem mais de 100%, o maior ganho entre as ações que compõem o índice, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta. Mas por que as ações da Embraer engataram essa subida tão forte?
Os analistas que acompanham a empresa listam uma conjunção de fatores que estão impulsionando a companhia na B3. Entre eles, está a maior carteira de pedidos de aeronaves dos últimos sete anos. O sucesso no exterior do Embraer KC-390, avião de transporte militar multimissão, cuja produção pode dobrar até 2030, está no radar do mercado.
Além disso, a área de prestação de serviços vem crescendo e ganhando contratos — o que vai engordar a receita da companhia. E com as encomendas esgotadas até 2030 de aeronaves menores da Boeing e da Airbus, abre-se uma oportunidade para a Embraer oferecer sua linha E-Jets com capacidade para 80 a 124 passageiros.
— A Embraer se reestruturou, mudou processos e tornou-se mais eficiente operacionalmente. Expandiu centros próprios de serviços. Hoje, sua equipe de engenharia é uma das mais reconhecidas do mundo. E o KC-390 pode se tornar o principal vetor de crescimento nos próximos anos, com a empresa podendo dobrar ou triplicar de tamanho — diz Lucas Esteves, analista de transportes e bens de capital do banco Santander.
Na linha de produção do KC-390, visitada pelo GLOBO na cidade de Gavião Peixoto, interior de São Paulo, bandeiras indicam os países que já compraram a aeronave. Estão lá Portugal, Hungria, Coreia do Sul, além da bandeira brasileira, já que a Força Aérea Brasileira (FAB) já tem sete aeronaves, mas a encomenda total é de 19. A Holanda e a República Tcheca também já fizeram encomendas.
Negociações em curso
O valor de cada unidade depende do total de aeronaves compradas por cada país e da configuração, mas pode ficar entre R$ 650 milhões e R$ 900 milhões. A capacidade de produção em 2025 será de seis aeronaves por ano. Mas até 2030, a meta é entregar 12 anualmente, disse a jornalistas Walter Pinto Júnior, chefe de operações da divisão de Defesa. Mas o total pode chegar a 18 por ano, com mais mão de obra.
Atualmente, a área de defesa da Embraer, integrada também pelo Super Tucano, deve representar 12% da receita este ano (foi 10% no ano passado). Mas os analistas apontam que o KC-390 pode fazer a Embraer dar um salto de produção — e faturamento.
A aeronave, que faz tarefas como transporte de carga ou soldados, abastecimento de aeronaves em voo, combate a incêndios florestais, vem despertando o interesse de vários países como Áustria, Suécia, Marrocos, Uzbequistão e México. Até os Estados Unidos têm interesse na aeronave, segundo analistas. O KC-390 foi desenvolvido pela Embraer para substituir o americano C-130 Hércules, que começou a ser fabricado em 1954.
Lucas Esteves, do Santander, observa que negociações da Embraer com a Arábia Saudita (que pode comprar até 33 unidades) e Índia (que deve ficar com algo entre 40 e 80 unidades) deverão exigir expansão fabril por aqui. Mas há chance também de que a aeronave seja montada nos dois países. A aposta do mercado é que isso aconteça na Arábia Saudita, mas a Embraer anunciou este ano memorando de entendimentos com a Mahindra, empresa indiana de defesa, para a venda do avião.
Procurada, a Embraer informou que há 40 unidades do KC-390 encomendadas e dez já foram entregues. Entre os países que fizeram a encomenda estão Brasil (através da FAB), com 19 unidades previstas e sete entregues; Portugal (cinco unidades e duas entregues); Hungria (duas unidades, uma entregue), Holanda (cinco), Áustria (quatro), Coreia do Sul (três) e República Tcheca (duas).
A companhia informou que não comenta especulações de mercado sobre novas compras, mas “está confiante de que o C-390 Millennium é um produto superior para atender aos requisitos das Forças Armadas em todo o mundo”, disse em nota.
Fabio Oiko, especialista em renda variável da Ável Investimentos, destaca que a Embraer leva vantagem sobre suas concorrentes como Boeing e Airbus, neste momento, porque tem mais agilidade para entregar seus aviões. Ele destaca que a oferta de serviços de manutenção tem crescido, especialmente com a portuguesa Ogma, da qual a Embraer detém 65% do capital, sendo os 35% restantes do governo português.
Há um novo centro de manutenção no Texas, EUA, que vai aumentar o suporte à frota de E-Jets da Embraer nos EUA.
Em Portugal, foi inaugurado recentemente um centro de manutenção para motores Pratt & Whitney, com expectativa de gerar receitas adicionais de € 600 milhões por ano quando estiver operando em sua total capacidade. A Pratt & Whitney enfrenta, desde o ano passado, um raro defeito em seus motores que afeta principalmente o jato Airbus A320neo.
A procura por manutenção de aeronaves está aquecida, especialmente depois da quebra da cadeia de suprimentos na pandemia.
— Com esse novo contrato, em Portugal, existe a previsão de um faturamento de € 3 bilhões até 2030. A capilaridade da receita da Embraer anima os investidores — diz Oiko.
Thiago Tavares, analista da Lumi Research, lembra que a Embraer já ajustou projeções de faturamento, prevendo alta de 8% a 15% na receita consolidada entre 2024 e 2025. O C-390, diz Tavares, pode chegar a mais de 30% da receita de defesa nos próximos anos.
Vêm aí o 23º Encontro da Hotelaria
Vêm aí o 23º Encontro da Hotelaria (Foto: Divulgação)
Acontecerá nos próximos dias 1 e 2 de novembro na cidade mineira de Araxá o, sempre ansiosamente aguardado, ENCONTRO DA HOTELARIA, um dos únicos eventos itinerantes da hotelaria brasileira. Promovido pela Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação – FBHA, nesta edição contará com o patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, e apoio do Sindcomércio de Araxá, Fecomércio-MG, Sesc Senac, Associação Comercial de Araxá, IGR Circuito Turístico Nascentes das Gerais e Canastra e da Prefeitura de Araxá.
Após percorrer quinze cidades mineiras: Belo Horizonte, Caxambu, Poços de Caldas, Juiz de Fora, Ouro Preto, Montes Claros, Governador Valadares, Capitólio, Uberlândia, Monte Verde, Confins-BHAirport, Tiradentes, Brumadinho, Pouso Alegre e Sete Lagoas além de duas edições virtuais realizadas em 2020 devido a pandemia, Araxá foi a cidade escolhida para o evento deste ano. O evento teve sua primeira edição em 2006 no Minascentro em Belo Horizonte a partir do então Arraiátur idealizado e realizado com habitual primor por Marcos Valério Rocha, coordenador do escritório regional FBHA em Minas Gerais. “Realizar a vigésima terceira edição em Araxá, tem uma grande relevância, dada a importância do seu patrimônio natural, turístico, cultural e econômico. Uma das principais cidades de Minas Gerais. Polo de desenvolvimento e de oportunidades para bons negócios”. Destaca Marcos Valério.
O Encontro da Hotelaria
O evento tem como principais objetivos desde seus primórdios, analisar cenários atuais, compartilhar procedimentos operacionais e divulgar as principais tendências do mercado. Ao longo de todas as suas edições contou com a participação de palestrantes de reconhecida experiência e conhecimento, que contribuem para o desenvolvimento do setor além de favorecer a realização de novos negócios atrelados a uma mostra de produtos e serviços, com permanente participação das mais importantes empresas fornecedoras do segmento hoteleiro.
O público-alvo do ENCONTRO DA HOTELARIA é composto por empresários e executivos dos principais hotéis da região, profissionais atuantes junto às redes nacionais e internacionais, dirigentes sindicais, representantes de entidades, agentes de viagens, turismólogos, fornecedores de produtos e serviços, membros da administração pública municipal e estadual, consultores, influenciadores e jornalistas.
Durante a mostra de produtos e serviços são apresentadas ao público pelos expositores novas tecnologias, inovações, produtos se serviços que maximizam resultados para os hotéis. O evento será uma grande oportunidade para empresários e profissionais dos setores: hoteleiro, gastronômico, turístico, eventos e comércio, adquirirem novos conhecimentos, além da satisfação de reencontrar pessoalmente os amigos e parceiros do “trade”.
A programação do evento deste ano foi criteriosamente elaborada pela organização e abordará temas pertinentes para o atual momento do setor turístico e hoteleiro brasileiro, em especial do “Estado-Nação” Minas Gerais com toda sua diversidade climática, geográfica e cultural. Temas como: Impactos para hotelaria do Projeto de Lei que regulamenta Cassinos no Brasil, liderança de equipes multifuncionais, tendências inovadoras do varejo aplicadas a hotelaria e gastronomia e a expansão projetada de redes hoteleiras em cidades de médio porte fazem parte da programação. Para tal renomados profissionais estão confirmados como palestrantes e painelistas como: Abel Castro (Accor Hotels), Cristiano Lopes (Professor de Gestão Estratégica e Marketing), Magnho José (Instituto Brasileiro do Jogo Legal), Maarten van Sluys (MVS Consultoria) e Chef Edson Puiati (SENAC MG).
Uma das principais atrações do diversificado evento será o painel: “Gestoras Hoteleiras Mineiras que fazem a diferença” com expoentes de nossa hotelaria como: Flávia Araújo (Presidente da ABIH-MG e Diretora da San Diego Hotéis), Ana Paula Rennó (Diretora da Class Hotéis) além de Lizete Ribeiro (CEO do Grupo Tauá Hotéis e Resorts) e Erica Drumond (Diretora do Hotel Ouro Minas Dolce by Wyndham em BH), estas duas últimas ainda a confirmar.
A 23ª edição do ENCONTRO DA HOTELARIA será concluída em grande estilo com workshops relacionados a gastronomia que acontecerão no segundo dia do evento no SESC Araxá.
Confira as datas e horários:
?????1 de novembro (6ª feira)
????Grande Hotel e Termas de Araxá (Grupo Tauá)
????9 as 18 horas
?????2 de novembro (sábado)
????SESC Araxá
????9 as 18 horas
Site Oficial: encontrohotel.com.br
Inscrições gratuitas podem ser feitas pelo Sympla.
Araxá é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, no Sudoeste Mineiro localizado na Região Geográfica do Alto Paranaíba, situado a 362 Km de Belo Horizonte. Com 111.691 habitantes, segundo o censo de 2022 do IBGE, é o 28° município mais populoso de Minas Gerais.
O nome “Araxá” provavelmente é de origem tupi-guarani, formado pela união dos termos “ara” e “cha”, que significariam, respectivamente, “lugar” e “alto/elevado”, ou seja, um “lugar” ou terreno elevado. Paralelamente, o termo também foi utilizado para identificar alguns grupos indígenas locais, denominados em algumas fontes históricas como Araxás ou Arachás.
A mineração é a maior fonte geradora da economia de Araxá. Na década de 1950 teve início um novo ciclo de desenvolvimento econômico do município com a instalação da COMIG – Companhia Mineradora de Minas Gerais, e da implantação de indústrias, como a CAMIG – Companhia Agrícola de Minas Gerais e a CBMM Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. A ação dessas empresas deu sustentação econômica ao município, fazendo surgir novas indústrias, o que gerou fluxo migratório para o município. Tal situação foi reforçada a partir de 1971, com a instalação da Arafértil, atual Mosaic Fertilizantes, do setor de fertilizantes.
Araxá fortaleceu-se como polo turístico na década de 1940, com a inauguração em 1944 do Complexo Termal – Grande Hotel e Balneário. Que atrai turistas de todas as regiões do Brasil e do mundo para usufruir de suas águas medicinais, de seus sabonetes e cremes para a pele e do rico artesanato. O município integra o Circuito Turístico da Canastra.
“O ENCONTRO DA HOTELARIA é tradicionalmente composto por palestras, painéis interativos, oficinas, workshops e visitas técnicas nos locais onde é realizado”.
Maarten Van Sluys (Consultor Estratégico em Hotelaria – MVS Consultoria)
Instagram: mvsluys e-mail: mvsluys@gmail.com WhatsApp: (31) 98756-3754
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Secretária do Entorno quer agendar encontro com eleitos em breve
Com a definição dos prefeitos para os próximos quatro anos nas 11 cidades da Região Metropolitana (Ride-DF), entra em cena o trabalho da Secretaria do Entorno do DF (SEDFGO), chefiada pela secretária Caroline Fleury. Ao Correio, a gestora falou sobre quais devem ser os primeiros passos, junto às novas gestões para que os municípios se desenvolvam de forma independente e mantenham uma boa relação com a capital do país.
Como deve ser a atuação em conjunto dos prefeitos eleitos para manter uma boa relação com o DF?
É essencial mudar a percepção e enxergar o Entorno como um verdadeiro polo de desenvolvimento. A região tem um imenso potencial para atrair turismo, fomentar o crescimento industrial e criar novos polos produtivos. Os prefeitos eleitos devem fortalecer essa parceria com o DF, ampliar a cooperação, mas também trabalhar para reduzir a dependência. O caminho é avançar no desenvolvimento regional e fortalecer os municípios. Quanto mais autônomos eles forem, mais empregos serão gerados no próprio Entorno, e isso melhora ainda mais a relação com o Distrito Federal.
Como a Secretaria pode atuar para melhorar a relação entre as próprias cidades do Entorno?
Um exemplo claro é a mobilidade. Estamos trabalhando na criação de um Plano Diretor de Mobilidade Regional, alinhado com os planos municipais, para melhorar a integração entre as cidades do Entorno e trazer soluções que envolvam não só o governo federal, mas também uma cooperação intermunicipal efetiva. Também focamos em fortalecer o sentimento de pertencimento nas pessoas do Entorno. Quando elas se sentem parte do município, se envolvem mais, querem cuidar e desenvolver a região. Isso só é possível quando a gente melhora as relações entre as cidades, levando serviços, gerando empregos, conectando as pessoas, identificando as vocações locais, e promovendo o crescimento que faz sentido para cada cidade.
Qual é a possibilidade de as cidades do Entorno atuarem em conjunto para melhorar a saúde e a segurança?
Não só é real, como é o objetivo principal. Nos últimos anos, tivemos grandes avanços com a regionalização da saúde, que trouxe unidades equipadas com UTIs em hospitais de Luziânia, Águas Lindas e Formosa, beneficiando moradores de toda a região e até do Distrito Federal. Essa rede de saúde compartilhada é essencial porque, quando os municípios se articulam, eles conseguem identificar suas carências e buscar soluções em conjunto. Na área da segurança, também tivemos grandes avanços, com uma redução significativa nos índices de criminalidade. Para 2025, a criação de centrais Integradas de Segurança, com foco no videomonitoramento em todos os municípios do Entorno, é uma prioridade orçamentária.
Quais as pautas que devem ser debatidas na primeira reunião da secretaria com os prefeitos eleitos?
Com certeza, a pauta mais urgente é o transporte público. O fim da eleição coincidirá também com o prazo para o Grupo de Trabalho do Transporte no Entorno concluir o relatório e encaminhar às autoridades políticas. Temos uma expectativa muito grande pela criação do Consórcio Interfederativo para o transporte entre o Entorno e Brasília. Mas, há muitas outras pautas transversais que vão desde a destinação de resíduos sólidos à criação de bancos de leite, instalação de procuradorias para mulheres, criação de universidades e outras políticas públicas para a região.
O que deve mudar na interlocução da secretaria com o GDF, após as eleições?
Nosso modelo de interlocução tem trazido resultados positivos, que é pensar a região em frentes amplas de desenvolvimento, de forma macro. Acreditamos que essa relação vai melhorar mais ainda, uma vez que a gente vem construindo bem esse diálogo. Essas eleições, certamente, vão fortalecer essas parcerias. Essa foi uma região deixada de lado por anos, mas agora tem voz, e saímos fortalecidos nesse diálogo com o Distrito Federal, porque nós estamos falando de mais eleitores, de mais habitantes, de uma região que cresce acima da média, segundo IBGE, e que tem sido um forte atrativo para expansão mais racional e sustentável do próprio DF.
Como deve ser o trabalho para atrair mais investimentos para essas regiões, a partir de agora?
Estamos promovendo arranjos produtivos locais que englobam o turismo, o agronegócio, o setor habitacional, de serviços e outros. Nosso foco é ampliar as parcerias com organismos internacionais, especialmente no turismo. O programa Embaixadores no Entorno é um dos nossos focos para levar essas representações internacionais para conhecer os potenciais da região. O investimento externo é importante em outras áreas também. O novo polo industrial de Águas Lindas, por exemplo, está sendo concluído em parceria com a China, com a previsão de instalação de indústrias daquele país. Esse movimento tende a beneficiar toda a região, criando uma rede de cooperação e desenvolvimento econômico.
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A influente primeira-dama brasileira que foi monitorada pelo FBI e teria ‘proibido’ jogos de azar
“Considerando que a tradição moral jurídica e religiosa do povo brasileiro é contrária à prática e à exploração de jogos de azar” e “[considerando] os abusos nocivos à moral e aos bons costumes”…
Com essa linha de argumentação, o então presidente Eurico Gaspar Dutra assinou, em abril de 1946, um decreto-lei que determinava a proibição dos jogos de azar em todo o Brasil e o fechamento dos imponentes cassinos no país — uma regra que segue válida até hoje, quase 80 anos depois.
Atualmente, tramita no Senado um projeto de lei que libera cassinos, bingos e demais jogos de azar no Brasil.
Em discussão há mais de 30 anos, o projeto já foi aprovado na Câmara e, em 2024, recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça no Senado. O projeto deve passar por outras comissões antes de ser levado ao plenário.
Autorizada plenamente entre 1934 e 1946, a exploração dos jogos de azar no Brasil movimentou a noite do Rio de Janeiro, então capital federal, impulsionou o turismo em cidades serranas, como Poços de Caldas (MG) e Petrópolis (RJ), e movimentou o mercado da música nacional, com shows icônicos de artistas como Carmen Miranda.
O Quitandinha, em Petrópolis, foi construído a partir de 1941 para ser o maior cassino-hotel da América do Sul
Mas nem todo mundo estava feliz com o dinheiro e o agito trazidos pelo giro das roletas.
Quando se fala sobre a proibição dos jogos de azar no Brasil, uma das peças fundamentais frequentemente citada é a primeira-dama Carmela Dutra, esposa do então presidente Dutra e conhecida como “dona Santinha” por sua religiosidade católica.
Um texto sobre a legislação antijogo da Agência Senado registra que “a versão mais prosaica” dos motivos da proibição é a de que “os cassinos foram fechados a pedido da primeira-dama”.
A história é contada também por pessoas interessadas em jogos e que estudam essa legislação no Brasil.
Não há documento conhecido que registre de fato o papel dessa mulher na decisão do marido, mas alguns sinais demonstram que ela era uma figura religiosa influente no poder nos anos 1930 e 1940, conta o historiador e filósofo Fabio Souza Lima, professor na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Lima pesquisou em seu mestrado a história da Escola Normal Carmela Dutra, uma instituição fundada no subúrbio do Rio de Janeiro para formar professores nos anos 1940.
Em busca de informações sobre a mulher que batizava o colégio, ele percebeu que pouco se sabia sobre a primeira-dama e foi atrás de documentos.
“Nós não temos uma documentação ou pelo menos alguém vivo que possa relatar essa influência sobre a vida do Dutra. O que nós temos até então realmente são notícias de influência e indícios”, explica Lima.
Nos arquivos a que teve acesso, o pesquisador encontrou, por exemplo, diversas imagens que mostram Santinha muito mais próxima do antecessor do marido, o presidente Getúlio Vargas, do que o próprio Dutra, então ministro da Guerra.
Além disso, Lima descobriu um fato inédito sobre Carmela Dutra.
Após muita insistência, o pesquisador teve acesso a um documento do departamento federal de investigação dos EUA, o FBI, datado de 1942, em que se falava sobre a possibilidade de Santinha ser simpática ao regime nazista e sua influência no círculo do poder.
Primeira-dama Santinha foi monitorada pelo FBI por “simpatia pró-nazista”
Diz o documento do FBI, redigido pelo pioneiro diretor John Edgar Hoover: “Foi recebida uma informação considerada confiável de que a Sra. Santinha de Correa Dutra, esposa do Ministro da Guerra do Brasil, General Eurico Dutra, exibe simpatias pró-nazistas e está tentando converter seus colegas, que pertencem às mais altas camadas da sociedade brasileira, ao nazismo”.
“Também se alega que a Sra. Dutra teria dito que, se o Brasil fosse para a Guerra, seus dois filhos seriam os primeiros a desertar do Exército Brasileiro”, completa o documento.
Na época do documento, o Brasil já tinha declarado guerra ao Eixo, a aliança formada por Alemanha, Itália e Japão. Mas o País só viria a enviar soldados em 1944.
‘Exemplo de brasileira e cristã’
Nascida na Ilha do Governador, no Rio, dona Carmela era professora e teve dois filhos de um primeiro casamento. Após ficar viúva, casou-se com o então segundo tenente do Exército Eurico Gaspar Dutra, com quem teve mais dois filhos
Segundo a pesquisa de Fabio Souza Lima, nos anos 1920, antes de ser primeira-dama, Carmela Dutra teve forte atuação entre o grupo de educadores católicos que pregava “a recristianização do país”, em contraste com o Movimento Escola Nova, defensor, dentre outras coisas, de um ensino laico.
Também há registros da atuação de Carmela junto à Liga Eleitoral Católica (LEC), que naquele momento fazia campanha para fieis não votarem em candidatos considerados “comunistas”.
Santinha era ainda próxima do cardeal Jaime Câmara, que foi arcebispo do Rio de Janeiro e que também é creditado como um dos influenciadores para a eliminação dos jogos de azar no Brasil.
Segundo texto da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), Câmara era “um homem avesso à pompa e à ostentação”.
Na Bíblia, há diversos elementos que, segundo especialistas, condenam como pecado a jogatina.
Não é de se estranhar, portanto, o apelido Santinha, que não era incomum a mulheres religiosas daquela época.
O alcunha era inclusive usada pela própria Carmela. Num bilhete ao ministro da Educação de Vargas, Gustavo Capanema, ela assina com “da sua amiga Santinha”. Os dois compartilhavam o sentimento anticomunista.
O jornalista e escritor Ruy Castro, no seu livro A Noite Do Meu Bem, sobre a história das boates cariocas pós-fechamento de cassinos, registra que “dizia-se que ela [Santinha] bombardeava os ouvidos de Dutra com as pregações que escutava dos padres. Nem o argumento de que os impostos do jogo financiavam as obras sociais pelas quais ela, como primeira-dama, ficara responsável a sensibilizava”.
No meio militar, Carmela passou a se tornar “homenageada” e “madrinha” em diversos eventos nos círculos do poder do Brasil. Ela participava de jantares com diplomatas, inaugurações de igrejas e campanhas de distribuição de alimentos aos mais pobres.
No ano em que o marido assumiria a Presidência, em janeiro de 1946, Carmela recebeu uma homenagem no jornal carioca Gazeta de Notícias.
O texto dizia que “um vendaval de egoísmo, de materialismo, de desordem moral e social sacode o edifício da Família” no Brasil pós-Segunda Guerra.
E acrescentava que as famílias brasileiras “confiavam no vosso exemplo de esposa, de mãe, de brasileira e de cristã”, e que as preces de dona Carmela “conseguirão salvar nossa terra, salvar o nosso amado Brasil, desse dilúvio de descrença, de materialismo”.
Em imagens antigas, é possível ver essa tentativa de vender Carmela e família como um modelo para os brasileiros
“Tem fotos em que ela aparece colocando a mão no peito do marido, atrás um grande crucifixo, o marido com um chapéu e uma pastinha como se estivesse indo pro trabalho”, diz Lima.
Também é através das imagens históricas que é possível achar pistas da influência política de Santinha, segundo o historiador.
Santinha, sentada de vestido estampado, a terceira da esquerda para a direita, foi fotografada várias vezes ao lado do então presidente Getúlio Vargas (de terno branco, ao centro) – um sinal de sua influência política, segundo historiador
Nos arquivos do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é possível ver Santinha muito próxima do presidente Vargas em diferentes ocasiões.
“Em alguns jantares, ela está bem mais próxima inclusive do presidente Vargas do que o próprio Eurico Gaspar Dutra, o que não é usual para aquela época. Em eventos esportivos, ela aparece ao lado do presidente enquanto Dutra está três cadeiras depois. Isso mostra o quanto ela era influente dentro dos círculos do Poder”, explica Lima.
Além da história do fechamento dos cassinos, também é atribuída a Santinha a influência para Dutra proibir atividades do Partido Comunista do Brasil (PCB).
E é justamente o PCB que é alvo de outra teoria, também não exatamente documentada, sobre a proibição dos jogos de azar.
O Memorial da Democracia, um acervo online ligado ao Instituto Lula, fala de “rumores – nunca comprovados – de que os cassinos abasteceriam a família do ex-presidente Getúlio Vargas, que legalizara os jogos em 1934”.
O jornalista Magno José de Sousa, especialista em contar histórias sobre jogos no Brasil e presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, explica que o rumor é de que o empresário Joaquim Rolla, dono dos principais cassinos do Rio de Janeiro, tinha ligações com Benjamim Vargas, o irmão de Getúlio, e com o Partido Comunista do Brasil.
Uma terceira hipótese sobre a decisão de Dutra é a influência de seu ministro da Justiça, Carlos Luz.
Ruy Castro, no livro A Noite Do Meu Bem, escreve que “para ele [ministro Carlos Luz], o jogo era um câncer moral, que arruinava os homens de bem e destroçava as famílias. Os grandes perdedores se matavam”.
Luz teria atuado para convencer Dutra de que a decisão de proibir jogos de azar seria bastante popular, inclusive com apoio dos jornais da época, que eram avessos à jogatina.
Do luxo à proibição
O jornal O Globo registrou as últimas palavras ditas na última noite de funcionamento do cassino do luxuoso hotel Copacabana Palace, na orla do Rio de Janeiro, às 23h de 30 de abril de 1946.
“Coube ao então diretor do cassino, José Caribé da Rocha, girar a roleta final. Emocionado, anunciou: ‘Senhoras e senhores, façam suas apostas para a última rodada de roleta no Brasil!’ No sorteio, deu ‘preto 2′”, anunciou Caribé.
A decisão de Dutra pôs fim a uma era de ouro das jogatinas no Brasil, com seus hoteis luxuosos como o Quitandinha, em Petrópolis, ou o Palace, de Poços de Caldas.
Salões dos cassinos no Brasil eram luxuosos. Na foto, o Quitandinha
No Rio de Janeiro, os principais eram os cassinos da Urca, Atlântico e Copacabana Palace. No auge, São Lourenço, em Minas Gerais, chegou a possuir oito empreendimentos ligados à exploração dos cassinos.
Segundo registros divulgados na imprensa, o fechamento dos 71 cassinos do Brasil deixou 60 mil desempregados.
“Eu canso de ouvir em Las Vegas [EUA] que o modelo de lá foi copiado do Rio de Janeiro. Por quê? Porque aqui tinha hotel, shows, restaurantes, era um espetáculo de entretenimento. Nos EUA, no início era só jogo”, conta Magno José de Sousa, do Instituto Jogo Legal, ONG que “produz e estimula estudos e pesquisas sobre jogos e loterias, além de fomentar a criação de um marco regulatório para estas atividades”.
Mas esses tempos de jogatina nunca duraram muito tempo no país.
Os cassinos eram proibidos no Brasil Império e foram permitidos pela primeira vez em 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa, mas apenas nas estâncias balneárias, climáticas e de águas — os únicos lugares onde havia turismo na época.
Ao longo dos anos 1920, os espaços frequentemente eram fechados por decisões de juízes e leis estaduais, até serem vetados em 1924.
Foi Getúlio quem liberou os jogos em todo o país em 1934. Em 1941, ele proibiu apenas o jogo do bicho e, em 1946, Dutra proíbe tudo – sinais de que os jogos de azar nunca foram plenamente aceitos na sociedade.
No início dos anos 1990, um outra modalidade de jogo voltou a ser liberada no Brasil: o bingo.
O governo Fernando Collor autorizou a sua exploração para arrecadar recursos para o esporte nacional. No início dos anos 2000, primeiro no governo Fernando Henrique Cardoso e depois com Lula, o bingo voltou a ser coibido, com a atividade sendo totalmente proibida em 2007.
“Sempre teve essa questão religiosa, como na história de Santinha. Primeiro, pela Igreja Católica, que sempre se colocou contrária aos jogos. Agora, com o crescimento da bancada evangélica”, diz Magno José.
Em dezembro de 2023, em meio às discussões sobre a nova lei que liberaria os jogos de azar, a CNBB emitiu nota pedindo ao Legislativo brasileiro que “rejeite o projeto de legalização dos jogos de azar no país”.
“O voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo à vida, à família e a seus valores fundamentais. O Brasil não precisa disso!”, escreveram os bispos.
No Congresso, parlamentares conservadores e evangélicos são os que seguem mais ativos na defesa contra os jogos, argumentando que o ambiente como cassinos aumenta o vício em jogos, possibilita a criação de um ambiente favorável à prostituição e ao consumo de drogas.
Mas o projeto também encontra resistência em setores da esquerda. Na Câmara, em 2022, deputados do PT e PSOL votaram majoritariamente contra o projeto, que acabou sendo aprovado apoiado pela maioria do centrão.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) disse na época que a liberação traria a “possibilidade de que muitas e muitas pessoas que hoje não acessam os jogos de azar acabem se aproximando dessa prática e se viciando”.
A proposta em tramitação agora no Senado prevê a permissão para a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão, com restaurantes e bares.
O texto propõe ainda a possível emissão de uma licença para um cassino em cada Estado e no Distrito Federal. Alguns Estados teriam exceção, como São Paulo, que poderia ter até três cassinos, e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, com até dois cada um, sob a justificativa do tamanho da população ou do território.
O presidente Lula já declarou não ser favorável a jogos, mas também não acha que é um crime e que vai sancionar o projeto, caso seja aprovado.
Para Magno José, mesmo com a legislação atual, o Brasil segue jogando.
“A gente não pode tratar uma atividade econômica como se fosse uma questão de costumes”, defende.
Além da discussão sobre jogos de azar, o Brasil também se vê imerso na disputa sobre o mercado de apostas esportivas.
As conhecidas ‘bets’ não são consideradas jogos de azar, pois o apostador é capaz de acompanhar o resultado para saber se ganhou ou perdeu, monitorando os eventos esportivos. Também é possível saber qual será o lucro obtido em caso de resultado favorável, por isso esse tipo de aposta é chamada de quota fixa.
Em 2018, o então presidente Michel Temer sancionou a lei que autorizava as bets no Brasil, mas sem regras específicas para o setor. Na gestão de Jair Bolsonaro, o governo não regulamentou a atividade, como era previsto na nova legislação – o que deve ser feito pela gestão Lula até o fim de 2024.
A regulamentação vai permitir que o governo passe a taxar empresas e apostadores, além de fiscalizar o setor.
Em meio à grande polêmica que se estende há decádas sobre a prática de jogos, uma modalidade, porém, nunca foi proibida no Brasil: as apostas em corridas de cavalo. O chamado turfe é praticado, sobretudo, pela elite.
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Receita Federal deposita, nesta segunda-feira, último lote de restituições do Imposto de Renda 2024
A Receita Federal deposita, nesta segunda-feira (dia 30), o quarto lote de restituições do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2024. Ao todo, 511.025 contribuintes recebem o crédito bancário diretamente na conta informada na declaração.
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O montante liberado é de R$ 1,03 bilhão, sendo R$ 435,2 milhões referentes às devoluções pagas a contribuintes que têm prioridade legal. Veja a distribuição:
11.188 restituições para idosos acima de 80 anos 75.686 restituições para contribuintes entre 60 e 79 anos 6.731 restituições para contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou com moléstia grave 23.180 restituições para contribuintes cuja maior fonte de renda é o magistério 201.381 restituições para contribuintes que não possuem prioridade legal, mas que receberam prioridade por terem utilizado a declaração pré-preenchida ou optado por receber a restituição via Pix
Há ainda 86.570 restituições de contribuintes priorizados em razão do estado de calamidade decretado no Rio Grande do Sul. Em relação aos contribuintes não prioritários, foram contempladas 106.289 pessoas. Os pagamentos feitos nesta sexta pela Receita Federal incluem ainda devoluções residuais de exercícios anteriores.
Como consultar
Para consultar o status de restituição, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal e acessar “Meu Imposto de Renda”, clicando em “Consultar a Restituição”. Outra opção é acessar diretamente este link e fornecer o CPF, o ano de exercício da declaração (2024) e a data de nascimento.
Para informações mais detalhadas, o contribuinte deve visitar o portal e-CAC, onde é possível verificar o status da declaração, identificar possíveis pendências ou divergências e corrigir erros encontrados. O acesso ao e-CAC requer uma conta de nível prata ou ouro no Gov.br.
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