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Brasil bate recorde de importação de máquinas. Foco é aumentar investimento
A importação de bens de capital, como máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus, bateu recorde nos 11 primeiros meses do ano, com US$ 32,5 bilhões (R$ 198 bilhões), salto de 21% ante o mesmo período de 2023, mostram os dados mais recentes da balança comercial brasileira. Reflete o crescimento dos investimentos no país apontado pelo IBGE no PIB do terceiro trimestre, na semana passada, mas também dá sinais de substituição de maquinário nacional por importado, com avanço de fabricantes da China.
O fluxo se mantém forte, mesmo com o dólar acima dos R$ 6. A compra de maquinário no exterior é puxada tanto pela retomada de obras de infraestrutura, de rodovias a saneamento, quanto por ciclos de algumas atividades, como comércio eletrônico, mineração, energia solar e eólica, apontam executivos e especialistas.
Levantamento da empresa de comércio exterior Comexport, obtido pelo GLOBO, aponta quais máquinas vêm aparecendo mais nessa pauta.
É o caso de empilhadeiras e plataformas usadas na movimentação de mercadorias, na esteira do boom do e-commerce. Em 2024, até outubro, a importação desses itens somou US$ 699 milhões, mais que o dobro de todo 2021.
Ganho de eficiência
Quando iniciou sua operação no Brasil, em 2019, a Amazon tinha um centro de distribuição, em Cajamar (SP). Hoje, tem dez. O de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, conta com 30 empilhadeiras para cobrir seus 30 mil metros quadrados. Para a unidade do Recife, inaugurada este ano, a multinacional comprou cem máquinas para 70 mil metros quadrados.
Mais Sobre PIB
A economia não funciona sem o mercado
Propostas que ganharam urgência na Câmara equivalem a quase 61% do ajuste fiscal previsto pelo governo
O maquinário é todo importado, da marca alemã Jungheinrich. A tecnologia dos modelos oferece ganhos em segurança e eficiência à operação com baterias de lítio de rápido carregamento e transmissão de informações sobre localização, tempo de uso e eventuais falhas por telemetria para um sistema centralizado. Essas empilhadeiras são capazes de depositar paletes inteiros carregados de produtos grandes e pesados, de ventiladores a ração de animais, em prateleiras que chegam a dez metros de altura. Depois, levam os operadores até elas para retirar mercadorias pedidas pelos clientes, sem precisar descer todo o conjunto.
Tiago Lopes, líder regional de Segurança do Trabalho na Amazon do Brasil, conta que empilhadeiras ainda mais modernas no centro pernambucano são dotadas de um sistema de VNA (sigla para “corredor muito estreito”, em inglês): elas se locomovem guiadas por um fio magnético no chão, que funciona como um “trilho”. Isso permite reduzir o espaço entre as prateleiras de 3,3 para 2,2 metros e aumentar a capacidade de estoque.
— Essa máquina entra na “rua” justinha e não tem risco de bater em nada, porque só anda guiada. Isso aumenta a produtividade. Aqui (em Meriti), temos 16 “ruas” (entre as prateleiras) e teríamos 24 com essa tecnologia — diz Lopes.
Também se destacam nas importações os chamados caminhões fora de estrada, usados na mineração. As compras no exterior desses veículos gigantes, que podem carregar 240 toneladas de material e cujas rodas chegam a 3 metros, por empresas brasileiras somam US$ 4,1 bilhões até outubro, mais que em todo 2023.
A demanda vem de projetos de expansão de minas, como o P15, da CSN Mineração, que receberá R$ 15,3 bilhões de 2023 a 2028, em Itabirito (MG). Do aporte total, R$ 750 milhões vão para máquinas e equipamentos, informou a mineradora ao GLOBO. Apenas esse projeto acrescentará sete caminhões fora de estrada à frota da empresa, hoje com 64. Até 2034, serão mais 25.
Na construção civil são os caminhões guindaste que estão vindo de fora. Eles são usados na indústria de petróleo e gás e para a manutenção em parques eólicos, permitindo alçar e alcançar peças a mais de cem metros de altura.
Demanda de concessões
A expansão de geração eólica no Brasil nos últimos anos ampliou a demanda por manutenção dos aerogeradores, atraindo empresas especializadas nesse serviço, conta Francisco Silva, diretor técnico regulatório da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Os guindastes são comprados por essas prestadoras — como New Wind e Iqony Solutions — ou por locadoras de maquinário.
— Projetos que entraram em operação em 2014 ou 2015, em torno de dez anos, começam agora um processo de retrofit (renovação) — diz Silva.
Também está em alta a importação de perfuratrizes e pavimentadoras de asfalto, usadas em obras de rodovias, e de tratores e escavadeiras, empregados em projetos como os de concessões de saneamento, demandas da iniciativa privada, observa Breno Oliveira, diretor comercial da Comexport, que atende diferentes tipos de importadores.
Nesses setores, chama a atenção o avanço dos fabricantes chineses, como as gigantes XCMG e Sany. A primeira também fabrica caminhões fora da estrada e, em 2021, firmou um memorando com a Vale para o “potencial fornecimento de equipamentos”, segundo nota da mineradora na época. Nesse mercado, ainda prevalecem fabricantes tradicionais, como a americana Caterpillar e as japonesas Komatsu e Hitachi, mas os chinesas avançam rápido com preços e financiamento competitivos.
— Em guindastes, em 2021, tínhamos 40% de europeus ou americanos. Hoje, estão só com 20%. O resto é chinês. O mercado compra mais da China porque eles estão com mais tecnologia — diz Oliveira.
Um executivo de uma construtora nacional que comprou uma perfuratriz da China para obras de saneamento, que pediu para não ser identificado, conta que o equipamento tinha qualidade técnica comparável a outras marcas, mas custou a metade do preço.
‘Invasão chinesa’
O aumento dos investimentos é um sinal positivo para a economia, mas os sinais de que máquinas e equipamentos importados estão substituindo os brasileiros deixam um gosto amargo para a indústria nacional de bens de capital. Para José Velloso, presidente da Abimaq, que reúne fabricantes nacionais de equipamentos, há uma “invasão chinesa”, com o país asiático ocupando mais que o espaço de exportadores tradicionais como EUA e Alemanha. A importação de máquinas na China também é recorde no ano: US$ 9,7 bilhões até novembro.
Nos indicadores mensais da Abimaq, o “consumo aparente” (a produção nacional mais as importações, menos as exportações) do país registrava queda de 5,3% no acumulado em 12 meses até outubro.
— O Brasil não está investindo mais. A importação cresce só com a China — diz Velloso.
Impacto limitado
Segundo Leonardo Carvalho, pesquisador do Ipea, dados do IBGE apontam que o crescimento da produção doméstica de bens de capital (sem descontar as exportações) tem se concentrado em caminhões e ônibus. A de máquinas e equipamentos está em queda no país. Rafael Cagnin, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), observa que, além do impacto positivo do aumento do investimento, as importações de máquinas trazem novas tecnologias de ponta, que aumentam a produtividade. Mas o círculo virtuoso deveria também passar pela indústria local dessas máquinas, o que geraria mais investimentos e empregos também nesta parte da cadeia.
Além de mais competitivas que as máquinas nacionais, as da China refletem a política industrial de Pequim nos últimos anos, focada na evolução tecnológica, que tem afetado todos os países. Isso é evidente nos painéis solares. Em maio, os EUA elevaram a tarifa de importação de kits chineses.
Segundo Wladimir Janousek, da consultoria JCS, o resultado é fruto de um desenvolvimento de quase 30 anos, com investimentos robustos em tecnologia, estruturada num modelo verticalizado. É algo que o Brasil não conseguiu fazer, apesar de muitos incentivos públicos ao setor.
Brasil bate recorde de importação de máquinas. Foco é aumentar investimento
A importação de bens de capital, como máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus, bateu recorde nos 11 primeiros meses do ano, com US$ 32,5 bilhões (R$ 198 bilhões), salto de 21% ante o mesmo período de 2023, mostram os dados mais recentes da balança comercial brasileira. Reflete o crescimento dos investimentos no país apontado pelo IBGE no PIB do terceiro trimestre, na semana passada, mas também dá sinais de substituição de maquinário nacional por importado, com avanço de fabricantes da China.
O fluxo se mantém forte, mesmo com o dólar acima dos R$ 6. A compra de maquinário no exterior é puxada tanto pela retomada de obras de infraestrutura, de rodovias a saneamento, quanto por ciclos de algumas atividades, como comércio eletrônico, mineração, energia solar e eólica, apontam executivos e especialistas.
Levantamento da empresa de comércio exterior Comexport, obtido pelo GLOBO, aponta quais máquinas vêm aparecendo mais nessa pauta.
É o caso de empilhadeiras e plataformas usadas na movimentação de mercadorias, na esteira do boom do e-commerce. Em 2024, até outubro, a importação desses itens somou US$ 699 milhões, mais que o dobro de todo 2021.
Ganho de eficiência
Quando iniciou sua operação no Brasil, em 2019, a Amazon tinha um centro de distribuição, em Cajamar (SP). Hoje, tem dez. O de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, conta com 30 empilhadeiras para cobrir seus 30 mil metros quadrados. Para a unidade do Recife, inaugurada este ano, a multinacional comprou cem máquinas para 70 mil metros quadrados.
Mais Sobre PIB
A economia não funciona sem o mercado
Propostas que ganharam urgência na Câmara equivalem a quase 61% do ajuste fiscal previsto pelo governo
O maquinário é todo importado, da marca alemã Jungheinrich. A tecnologia dos modelos oferece ganhos em segurança e eficiência à operação com baterias de lítio de rápido carregamento e transmissão de informações sobre localização, tempo de uso e eventuais falhas por telemetria para um sistema centralizado. Essas empilhadeiras são capazes de depositar paletes inteiros carregados de produtos grandes e pesados, de ventiladores a ração de animais, em prateleiras que chegam a dez metros de altura. Depois, levam os operadores até elas para retirar mercadorias pedidas pelos clientes, sem precisar descer todo o conjunto.
Tiago Lopes, líder regional de Segurança do Trabalho na Amazon do Brasil, conta que empilhadeiras ainda mais modernas no centro pernambucano são dotadas de um sistema de VNA (sigla para “corredor muito estreito”, em inglês): elas se locomovem guiadas por um fio magnético no chão, que funciona como um “trilho”. Isso permite reduzir o espaço entre as prateleiras de 3,3 para 2,2 metros e aumentar a capacidade de estoque.
— Essa máquina entra na “rua” justinha e não tem risco de bater em nada, porque só anda guiada. Isso aumenta a produtividade. Aqui (em Meriti), temos 16 “ruas” (entre as prateleiras) e teríamos 24 com essa tecnologia — diz Lopes.
Também se destacam nas importações os chamados caminhões fora de estrada, usados na mineração. As compras no exterior desses veículos gigantes, que podem carregar 240 toneladas de material e cujas rodas chegam a 3 metros, por empresas brasileiras somam US$ 4,1 bilhões até outubro, mais que em todo 2023.
A demanda vem de projetos de expansão de minas, como o P15, da CSN Mineração, que receberá R$ 15,3 bilhões de 2023 a 2028, em Itabirito (MG). Do aporte total, R$ 750 milhões vão para máquinas e equipamentos, informou a mineradora ao GLOBO. Apenas esse projeto acrescentará sete caminhões fora de estrada à frota da empresa, hoje com 64. Até 2034, serão mais 25.
Na construção civil são os caminhões guindaste que estão vindo de fora. Eles são usados na indústria de petróleo e gás e para a manutenção em parques eólicos, permitindo alçar e alcançar peças a mais de cem metros de altura.
Demanda de concessões
A expansão de geração eólica no Brasil nos últimos anos ampliou a demanda por manutenção dos aerogeradores, atraindo empresas especializadas nesse serviço, conta Francisco Silva, diretor técnico regulatório da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Os guindastes são comprados por essas prestadoras — como New Wind e Iqony Solutions — ou por locadoras de maquinário.
— Projetos que entraram em operação em 2014 ou 2015, em torno de dez anos, começam agora um processo de retrofit (renovação) — diz Silva.
Também está em alta a importação de perfuratrizes e pavimentadoras de asfalto, usadas em obras de rodovias, e de tratores e escavadeiras, empregados em projetos como os de concessões de saneamento, demandas da iniciativa privada, observa Breno Oliveira, diretor comercial da Comexport, que atende diferentes tipos de importadores.
Nesses setores, chama a atenção o avanço dos fabricantes chineses, como as gigantes XCMG e Sany. A primeira também fabrica caminhões fora da estrada e, em 2021, firmou um memorando com a Vale para o “potencial fornecimento de equipamentos”, segundo nota da mineradora na época. Nesse mercado, ainda prevalecem fabricantes tradicionais, como a americana Caterpillar e as japonesas Komatsu e Hitachi, mas os chinesas avançam rápido com preços e financiamento competitivos.
— Em guindastes, em 2021, tínhamos 40% de europeus ou americanos. Hoje, estão só com 20%. O resto é chinês. O mercado compra mais da China porque eles estão com mais tecnologia — diz Oliveira.
Um executivo de uma construtora nacional que comprou uma perfuratriz da China para obras de saneamento, que pediu para não ser identificado, conta que o equipamento tinha qualidade técnica comparável a outras marcas, mas custou a metade do preço.
‘Invasão chinesa’
O aumento dos investimentos é um sinal positivo para a economia, mas os sinais de que máquinas e equipamentos importados estão substituindo os brasileiros deixam um gosto amargo para a indústria nacional de bens de capital. Para José Velloso, presidente da Abimaq, que reúne fabricantes nacionais de equipamentos, há uma “invasão chinesa”, com o país asiático ocupando mais que o espaço de exportadores tradicionais como EUA e Alemanha. A importação de máquinas na China também é recorde no ano: US$ 9,7 bilhões até novembro.
Nos indicadores mensais da Abimaq, o “consumo aparente” (a produção nacional mais as importações, menos as exportações) do país registrava queda de 5,3% no acumulado em 12 meses até outubro.
— O Brasil não está investindo mais. A importação cresce só com a China — diz Velloso.
Impacto limitado
Segundo Leonardo Carvalho, pesquisador do Ipea, dados do IBGE apontam que o crescimento da produção doméstica de bens de capital (sem descontar as exportações) tem se concentrado em caminhões e ônibus. A de máquinas e equipamentos está em queda no país. Rafael Cagnin, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), observa que, além do impacto positivo do aumento do investimento, as importações de máquinas trazem novas tecnologias de ponta, que aumentam a produtividade. Mas o círculo virtuoso deveria também passar pela indústria local dessas máquinas, o que geraria mais investimentos e empregos também nesta parte da cadeia.
Além de mais competitivas que as máquinas nacionais, as da China refletem a política industrial de Pequim nos últimos anos, focada na evolução tecnológica, que tem afetado todos os países. Isso é evidente nos painéis solares. Em maio, os EUA elevaram a tarifa de importação de kits chineses.
Segundo Wladimir Janousek, da consultoria JCS, o resultado é fruto de um desenvolvimento de quase 30 anos, com investimentos robustos em tecnologia, estruturada num modelo verticalizado. É algo que o Brasil não conseguiu fazer, apesar de muitos incentivos públicos ao setor.
Concurso Embrapa: veja dicas para as provas de Português, Matemática, Inglês e Ética
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) publicou, nesta sexta-feira (6), o edital de um concurso que oferece 1.027 vagas para os cargos de assistente, técnico, analista e pesquisador. As inscrições ocorrerão de 16 de dezembro a 7 de janeiro, e os candidatos serão submetidos, em seguida, a provas objetivas como etapa inicial da seleção. Algumas disciplinas serão cobradas para mais de um cargo, como Língua Portuguesa, Matemática ou Noções de Lógica e Estatística, Língua Inglesa, e Ética ou Legislação e Ética.
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O EXTRA traz, abaixo, dicas de especialistas sobre como as cobranças devem ser feitas. Vale lembrar, no entanto, que esses não são os únicos conteúdos a serem estudados. As provas objetivas também poderão conter questões de Conhecimentos Complementares e/ou Conhecimentos Específicos, dependendo do cargo. Algumas posições exigirão ainda prova de Redação e outras etapas.
Língua Portuguesa
Será cobrada na prova objetiva de Conhecimentos Gerais para os cargos de assistente (fundamental incompleto), técnico (médio), analista (superior) e pesquisador (mestrado).
Dica do especialista:
Eduardo Cambuy, professor do Gran Concursos, acredita que, seguindo o perfil da banca responsável pelo certame — o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e Promoção de Eventos (Cebraspe) — o exame deverá contar com pelo menos 10 questões de português. Quanto ao conteúdo, ele explica que o edital apresenta variações na profundidade da disciplina de português, com níveis de dificuldade e abrangência maiores para os cargos que exigem formação superior. Confira:
Para os cargos de pesquisador e analista, o candidato encontrará questões relacionadas à interpretação de textos, com foco nas relações de coordenação e subordinação entre os termos, além de morfossintaxe e compreensão de textos complexos. Para os níveis médio e fundamental, espera-se uma prova menos densa e mais objetiva. Ou seja, o perfil do candidato para essas vagas deve se concentrar em questões de gramática mais básicas.
Matemática
Será cobrada na prova objetiva de Conhecimentos Gerais para os cargos de assistente (fundamental incompleto) e técnico (médio). Já os cargos de analista (superior) e pesquisador (mestrado) terão questões de Noções de Lógica e Estatística.
Dica do especialista:
Ao comparar os editais de Matemática para assistente (fundamental incompleto) e técnico (médio), André Arruda, professor de Matemática do Gran Concursos, explica que enquanto o cargo de técnico exige conhecimentos mais avançados e aplicações práticas, o de assistente foca em fundamentos básicos, com menor detalhamento. Ele acredita que, com base no padrão da banca e no edital, haverá maior foco nos tópicos abaixo para ambos os cargos:
Razões e proporções (incluindo regra de três e porcentagem) Matemática financeira (juros simples e compostos) Geometria (plana e espacial, com cálculos práticos) Estatística básica (interpretação de tabelas e gráficos) Funções (incluindo gráficos e aplicação prática)
Para os cargos de analista (superior) e pesquisador (mestrado), o professor destaca que, ao analisar os editais para esses cargos, nota-se que a principal diferença está na profundidade de estatística. Enquanto o cargo de Analista exige noções básicas e intermediárias, o de Pesquisador requer conhecimento avançado, voltado à aplicação científica e experimentação estatística. Para ele, as questões de Noções de Lógica e Estatística terão um foco nos tópicos abaixo:
Conteúdos básicos e intermediários para o cargo de analista, com ênfase em interpretação e resolução direta. Para pesquisador, espera-se uma abordagem de conteúdos mais avançados e aplicações científicas, com destaque para estatística experimental. Em ambos os casos, o preparo deve priorizar a resolução de questões anteriores, enfatizando raciocínio lógico e contextualização prática.
Língua Inglesa
Será cobrada na prova objetiva de Conhecimentos Gerais para os cargos de analista (superior) e pesquisador (mestrado).
Dica do especialista:
A professora Natália Duarte, especialista em inglês para concursos do Direção Concursos, comenta que a Cebraspe cobra inglês com questões baseadas em textos de apoio. Ela orienta os candidatos a buscarem textos relacionados à área de atuação e a se familiarizarem com vocabulários em inglês para obter um bom desempenho. Além da interpretação de textos, a professora destaca que as questões também costumam envolver substituição de palavras e alguns pontos gramaticais específicos, como conectivos, modal verbs e falsos cognatos.
Ela acredita que não haverá grande diferença entre a forma como os conteúdos serão cobrados para os cargos de analista e pesquisadores, “sendo que este último provavelmente terá uma exigência maior em relação ao vocabulário específico”.
Ética
O cargo de assistente (fundamental incompleto) terá questões objetivas de Ética na prova de Conhecimentos Gerais. Já os cargos de técnico (médio), analista (superior) e pesquisador (mestrado) terão Legislação e Ética.
Dica do especialista:
Glauber Marinho, professor do Gran Concursos, explica que o conteúdo se torna mais abrangente à medida que os níveis de formação aumentam. Para a prova de nível médio, costuma ser cobrado o Código de Ética da instituição e a Lei Geral de Proteção de Dados.
Nos cargos de nível superior, além do Código de Conduta e Integridade, será abordada a legislação, que incluirá a Lei Geral de Proteção de Dados, as alterações decorrentes dela, uma série de normas e o estatuto da Embrapa, entre outros.
Saiba mais sobre a seleção
Para o cargo de pesquisador, haverá prova objetiva com questões de Conhecimentos Gerais (50), Conhecimentos complementares (25) e Conhecimentos Específicos (35), além de Redação. Outra etapa será a Defesa Pública de memorial e apresentação de projeto de pesquisa. Haverá ainda avaliação de títulos.
Cargos de analista terão prova objetiva com questões de Conhecimentos Gerais (40), Conhecimentos complementares (30) e Conhecimentos Específicos (30). Em alguns casos, será aplicada também prova de Redação.
Os processos seletivos para cargos de técnicos e de assistentes terão prova objetiva com questões de Conhecimentos gerais (40) e Conhecimentos específicos (60). Em alguns casos, haverá prova prática.
O EXTRA traz, abaixo, as disciplinas que serão cobradas nas questões de “Conhecimentos Gerais” das provas objetivas para cada cargo. As provas, como explicado acima, ainda terão conteúdos complementares e específicos de cada função, que são exploradas no edital. Nas Redações, nos casos citados, a cobrança deve ser em cima de atualidades.
Assistente (nível fundamental incompleto)
Língua Portuguesa Matemática Ética
Técnico (nível médio)
Língua Portuguesa Matemática Ética e Legislação
Analista (nível superior)
Língua Portuguesa Língua Inglesa Noções de Lógica e Estatística Ética e Legislação Plano Diretor da Embrapa
Pesquisador (para quem possui mestrado)
Língua Portuguesa Língua Inglesa Metodologia de Pesquisa Noções de Lógica e Estatística Ética e Legislação Plano Diretor da Embrapa
Saiba Mais:
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Acordo Mercosul-EU: os impactos para o Brasil e o seu bolso
O acordo entre Mercosul e União Europeia terá impactos predominantemente positivos sobre a economia brasileira e o bolso do consumidor, caso seja de fato implementado, afirmam economistas e o governo brasileiro.
Os dois blocos anunciaram nesta sexta-feira (6/12), em Montevidéu (Uruguai), que chegaram a um acordo técnico, após 25 anos de negociação.
No entanto, ainda faltam etapas importantes para que o tratado seja assinado e entre em vigor, como a aprovação por duas instâncias que reúnem representantes dos países da União Europeia: o Conselho de Ministros e o Parlamento Europeu, sediados em Bruxelas, capital da Bélgica.
E a França — principal opositora da ideia devido ao receio do setor agropecuário francês com a entrada maior de produtos Mercosul — tenta barrar a aprovação articulando com outras nações que têm ressalvas ao tratado, como Polônia, Itália, Países Baixos e Áustria.
O acordo prevê a redução de tarifas de importação, que pode ser imediata ou gradual (em até 15 anos), a depender dos setores. Essa liberação vai atingir 91% dos bens que o Brasil importa da União Europeia e, do outro lado, 95% dos bens que o bloco europeu importa do Brasil.
Caso entre em vigor, o acordo vai alavancar alguns setores brasileiros (principalmente o agronegócio) e pode prejudicar outros, mas governo e economistas têm uma visão otimista sobre o saldo desse impacto para o crescimento do país.
Além disso, pode beneficiar o consumidor, com o potencial barateamento de produtos importados, como azeites, queijos, vinhos e frutas de clima temperado (frutas secas, peras, maçãs, pêssegos, cerejas e kiwis) — esse impacto, porém, vai ser gradual e pode ser compensando por outros fatores que afetam os preços dos produtos, como a taxa de câmbio, ressalta o economista Felippe Serigatti, pesquisador da FGV Agro.
Fernando Ribeiro, coordenador de estudos de comércio internacional do Ipea, também destaca bebidas e laticínios como itens que devem chegar a preços menores no Brasil.
“Talvez também tenha impacto no preço dos automóveis, dado que é esperado um potencial de aumento de importações nesse setor, mas vai depender da estratégia das montadoras [europeias com presença no Brasil]”, disse ainda.
Mas Ribeiro ressalta que o principal impacto nos preços do consumidor será indireto, ao deixar a produção brasileira mais barata, devido à importação de máquinas e insumos a preços menores.
“E quando a gente vê os produtos cuja importação mais cresce [nas simulações sobre o impacto do acordo], são exatamente máquinas, equipamentos elétricos e outros itens usados como insumos para produção industrial”, reforça.
Apesar de trocarem elogios, Emmanuel Macron e Lula estão em lados opostos quando o assunto é o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O francês é contra e o brasileiro é a favor
Agronegócio é o maior beneficiado
Um estudo divulgado no início deste ano pelo Ipea, com participação de Fernando Ribeiro, estimou que a economia brasileira teria um aumento acumulado de 0,46% entre 2024 e 2040, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano, caso o acordo estivesse em vigor, refletindo o aumento das trocas comerciais e da entrada de investimentos.
Segundo esse estudo, haverá ganhos de produção em quase todos os setores do agronegócio e perdas concentradas em alguns setores industriais.
Com isso, os ganhos acumulados de produção no agronegócio seriam da ordem de US$ 11 bilhões, até 2040, enquanto o saldo da indústria da transformação seria mais modesto, com ganho de US$ 500 milhões no mesmo período.
Os destaques positivos no campo ficam por conta de “carnes de suíno e aves; outros produtos alimentares (que inclui basicamente pescado e preparações alimentícias); óleos e gorduras vegetais; e pecuária (gado em pé)”.
Já na indústria, há projeção de quedas em setores como veículos e peças, têxteis, farmacêuticos e equipamentos eletrônicos, mas que seriam compensadas com o crescimento de outros setores, como calçados e artefatos de couro, celulose e papel, e outros equipamentos de transporte (tudo que não é automotivo, como aviões e navios).
“O saldo esperado é positivo. Quando analisamos, por exemplo, os setores que tendem a ter alguma perda de produção ou de emprego, são poucos setores e são setores que, em geral, não são grandes geradores de empregos, como o produtor de máquinas”, exemplifica Ribeiro.
Acordo tem proteções para setores vulneráveis
Segundo o economista Fernando Sarti, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o acordo negociado agora pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem mais vantagens para o Brasil do que o anunciado em 2019, com salvaguardas que limitam os impactos negativos em setores que a Europa é mais forte, como indústria automotiva e farmacêutica.
“Não tenho dúvida alguma de que o saldo é positivo para o Brasil”, disse Sarti.
Em 2019, início do governo de Jair Bolsonaro, os dois blocos chegaram a anunciar um acordo, mas depois houve um congelamento das etapas finais de aprovação, em meio à piora das relações do Brasil com potências europeias.
Na ocasião, a expansão do desmatamento e o enfraquecimento das políticas ambientais aumentaram às resistências na União Europeia ao Acordo, nota o professor.
Isso acabou permitindo ao Brasil negociar novamente alguns pontos, ressalta, como incluir no acordo que as compras governamentais continuem favorecendo itens produzidos no país, seja por empresas brasileiras ou multinacionais.
A mudança, exemplifica, vai permitir que as compras licitadas para o Sistema Único de Saúde (SUS) permitam pagar mais por itens fabricados internamente, estimulando investimentos das empresas europeias para produzir aqui.
“Então, será possível usar o poder de compra do Estado para estimular esse setor. Hoje, nós não estamos falando só de remédio. Estamos falando de ti [tecnologia da informação], que está dentro da área da saúde. Nós estamos falando de equipamentos cada vez mais sofisticados”, destaca.
Da mesma forma, pontua o economista, há salvaguardas no acordo para evitar uma enxurrada de importações no setor automotivo e estimular investimentos para a produção no Brasil.
Segundo o acordo, caso o aumento de importações afete a produção e o emprego na indústria de automóveis, o Brasil poderá suspender a gradual redução de tarifas prevista para as compras da Europa, ou mesmo retomar a alíquota aplicada a países de fora do acordo (hoje em 35%).
Para Sarti, a Europa aceitou essas condições para fazer frente à crescente presença chinesa no mercado automotivo brasileiro, setor que historicamente tem forte atuação de multinacionais europeias, como Fiat e Volkswagen.
Produtos europeus vão substituir outras importações, diz Ipea
Segundo o estudo do Ipea, haverá crescimento importante da importação de produtos europeus no Brasil, mas a projeção é que a maior parte vai substituir artigos que importamos de outras regiões do mundo, como China.
Com isso, a instituição projeta que o impacto geral do acordo para a balança comercial brasileira ficaria próximo do zero a zero, ao considerar os efeitos acumulados entre 2024 e 2040.
“As exportações do Brasil para a União Europeia teriam aumento da ordem de US$ 10 bilhões, compensada por reduções modestas nas vendas para os demais países do Mercosul e o resto do mundo – ou seja, um desvio pouco significativo em termos absolutos”, diz o estudo.
“O que não ocorreria do lado das importações: o crescimento de US$ 31,7 bilhões das compras brasileiras oriundas da União Europeia seria, em sua maior parte, compensado pela redução de US$ 21,1 bilhões das importações originárias do resto do mundo, além de uma queda de US$ 869 milhões das importações provenientes dos parceiros do Mercosul. Ou seja, cerca de dois terços do ganho com a União Europeia se daria em prejuízo de outros países”, diz ainda o estudo do Ipea.
A jogada de Macron para tentar brecar acordo Mercosul-UE antes da cúpula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta quinta-feira (5/11) em Montevidéu, capital do Uruguai, para participar da Cúpula de Líderes do Mercosul. Será a última reunião antes da presidência do bloco passar às mãos da Argentina do presidente Javier Milei. Mas as atenções de parte importante da delegação brasileira que chegará ao Uruguai estarão voltadas para outro continente: a Europa.
Assim como há um ano, existe a expectativa de que o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia possa ser fechado ainda neste ano, encerrando uma espera de 25 anos. Há expectativa de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, viaje ao Uruguai para anunciar o acordo.
Em 2023, no entanto, a expectativa girava em torno de um possível anúncio sobre o tema durante a Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro. Mas o anúncio não veio e o clima que se instalou no governo foi de decepção.
Neste ano, Lula e representantes da diplomacia brasileira deram novas demonstrações de otimismo.
“Eu pretendo assinar esse acordo este ano ainda”, disse Lula durante um evento na semana passada. O principal negociador do acordo pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Lyrio, disse que o governo está “esperançoso”.
“O que eu posso dizer é que estamos esperançosos […] Estamos vendo de maneira positiva o desenrolar das negociações”, afirmou.
Segundo o governo brasileiro, os negociadores dos dois blocos já finalizaram as tratativas em torno do texto e as últimas questões pendentes foram submetidas aos chefes de Estado do Mercosul e da União Europeia. Na prática, isso significa dizer que a finalização do acordo ou não depende, agora, da vontade política dos dois blocos.
Mas o otimismo brasileiro contrasta, novamente, com a resistência de um importante membro da União Europeia: a França. Há anos, o país vem tentando barrar o avanço do acordo e, neste ano, o presidente do país, Emmanuel Macron, deu diversas declarações se colocando contra a finalização do tratado.
“A França se opõe a este acordo”, disse Macron em novembro, durante viagem oficial a Buenos Aires.
Na raiz da oposição francesa está a pressão de agricultores do país que temem a concorrência dos produtos do Mercosul, especialmente a carne produzida por Brasil, Argentina e Uruguai.
Mas apesar de ser a segunda maior economia do bloco europeu (atrás apenas da Alemanha), a França sabe que, sozinha, não teria condições técnicas de barrar o avanço do acordo que é negociado pela Comissão Europeia.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada, quem apita é a Comissão Europeia”, disse Lula na semana passada.
Por isso, a França vem tentando nos últimos meses pôr em prática uma estratégia capaz de barrar o avanço das negociações.
A BBC News Brasil conversou com diplomatas e funcionários do governo brasileiro e europeus, além de especialistas em relações internacionais para entender como funciona a estratégia francesa e como ela pode (ou não) “melar” o acordo entre a União Europeia e o Mercosul mais uma vez.
Minoria qualificada: a estratégia de Macron
A estratégia da França para barrar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul é formar o que ficou conhecido como uma “minoria qualificada” no Conselho da União Europeia.
Esse mecanismo exige que pelo menos quatro países, representando juntos mais de 35% da população do bloco, se oponham ao acordo para que ele seja rejeitado. Para alcançar esse objetivo, a França precisa conquistar o apoio de mais três países que, somados à sua população, representem aproximadamente 156 milhões de pessoas.
Para entender como essa estratégia funciona, é essencial compreender os mecanismos da União Europeia para a negociação de acordos comerciais.
Quem negocia o texto do acordo é a Comissão Europeia, um órgão formado por comissários de todos os 27 países-membros da UE.
A presidente da comissão, Ursula von der Leyen, já se manifestou favorável ao acordo. O órgão tem autonomia para negociar com outros países ou blocos econômicos, como o Mercosul.
Depois de encerrada a fase de negociações, o texto do acordo é submetido à aprovação pelo Conselho da União Europeia.
Para ser aprovado, ele precisa do apoio de 55% dos países do bloco (15 dos 27), que juntos representem ao menos 65% da população total da UE. Esse sistema de maioria qualificada foi criado para equilibrar o poder entre países mais e menos populosos, evitando que os maiores imponham unilateralmente suas vontades.
No caso francês, além de sua própria oposição, o país já conta com o apoio oficial da Polônia, totalizando 104 milhões de habitantes. Para alcançar o número necessário para bloquear o acordo, a França aposta que Itália, Países Baixos e Áustria se juntem a eles, formando assim a minoria qualificada necessária para barrar a proposta no Conselho Europeu.
Apesar de o acordo ainda não ter sido submetido à votação da Comissão Europeia, um diplomata brasileiro ouvido pela BBC News Brasil sob condição de anonimato afirmou que se a França obtiver o apoio público dos países necessários à composição dessa minoria qualificada, o órgão liderado por Ursula Von der Leyen ficaria em uma situação delicada para avançar com o acordo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, durante reunião na Cúpula do G20. Há expectativa de que Mercosul e União Europeia anunciem a finalização do acordo de livre comércio entre os dois blocos
Protecionismo à francesa
Especialistas e diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que a principal razão pela qual a França se opõe ao acordo é a resistência organizada de agricultores do país. Apesar de ser uma das principais potências industriais do bloco europeu, o lobby da agricultura é visto como poderoso e influente.
“Macron está lidando com pressões, principalmente de setores agrícolas na França. Os fazendeiros de lá terão que lidar com a concorrência de um país como o Brasil que tem um setor agropecuário muito forte. Essa é a grande questão por trás da resistência ao acordo”, disse à BBC News Brasil o professor Cairo Junqueira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Nos últimos meses, as principais associações que representam o agronegócio francês deram início da manifestações contrárias à assinatura do acordo sob a alegação de que a entrada em vigor do tratado colocaria em risco milhares de empregos e abrirá as portas do mercado francês a produtos agrícolas produzidos sem os mesmos padrões de qualidade ambiental e sanitários exigidos dos fazendeiros franceses.
Paralelamente, a rede de supermercados francesa Carrefour anunciou, há duas semanas, que deixaria de comprar carne produzida pelo bloco. Após a repercussão negativa do anúncio, a companhia recuou.
“O protecionismo agrícola é muito forte e acho que é a principal barreira ao avanço do acordo. Os setores agrícolas da França e da Irlanda temem a competição com produtos do Mercosul”, disse a professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Regiane Bressan.
A professora está em Berlim nesta semana e passou os últimos dias conversando com parlamentares alemães sobre o assunto.
Segundo ela, os políticos alemães deixaram claro que o acordo só não foi anunciado até agora por conta da oposição de Macron.
“Foi muito reforçado aqui na Alemanha que quem está colocando uma barreira para o acordo é a própria França e que o acordo não teria sido assinado no G20 por conta do Macron”, disse a professora em referência à cúpula de líderes do G20 realizada no Rio de Janeiro em novembro.
Um funcionário do governo brasileiro a par das negociações entre os dois blocos disse à BBC News Brasil em caráter reservado que, apesar do otimismo expressado pelo governo brasileiro oficialmente, o cenário para a assinatura do acordo ainda é incerto.
Segundo ele, além da pressão contrária feita pelo governo francês, o país ainda enfrenta uma crise política grave depois que o Parlamento aprovou um voto de desconfiança em relação ao governo na quarta-feira (4/11). É a primeira vez que o governo é derrubado por um voto de desconfiança desde 1962.
Agora, Macron precisa apontar um novo primeiro-ministro cujo nome precisa ser aprovado pelo Parlamento.
Na avaliação da fonte ouvida pela BBC News Brasil, o temor entre brasileiros e europeus é de que em meio ao cenário conturbado, aprovar o acordo entre União Europeia e Mercosul poderia gerar ainda mais descontentamento contra Macron e alimentar a oposição de extrema-direita liderada pela parlamentar Marine Le Pen, que vem, inclusive, defendendo a sua renúncia.
Na avaliação da professora Regiane Bressan, no entanto, as chances de a França “melar” o acordo parecem remotas no momento.
“O que pude coletar de informações aqui em Berlim é de que o caminho será o da assinatura. A França vai continuar se opondo e talvez promova uma mobilização grande no Parlamento Europeu ou nas ruas, mas não vejo que haja mais tempo para isso. Faltam dois dias para a Cúpula do Mercosul, apenas”, disse.
Cairo Junqueira, da UFS, também avalia que a França, sozinha, não conseguiria conter o acordo se não conseguir formar a coalizão.
“Isoladamente, é muito difícil a França conseguir barrar. Por isso ela vem procurando formar essa coalizão com outros países”, afirmou o professor.
Especialistas apontam que acordo entre UE e Mercosul pode ser uma proteção contra imposição unilateral de tarifas prometida por Donald Trump
Efeito Trump
Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil pontuam que, apesar da resistência francesa, um outro elemento pode ajudar a destravar as negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Segundo eles, a promessa de impor tarifas sobre produtos estrangeiros feita por Trump pode fazer com que sul-americanos e europeus se unam para enfrentar um eventual recrudescimento do protecionismo norte-americano.
“É importante lembrar que a primeira assinatura do acordo, em 2019, teve a eleição de Trump como impulso. Agora, é possível que esse novo mandato possa abrir um canal para avançar com esse acordo de livre comércio”, afirmou Cairo Junqueira.
Para a Regiane Bressan, os países favoráveis ao acordo na Europa, encabeçados pela Alemanha e pela Espanha, consideram o tratado com o Mercosul como estratégico em meio às incertezas geopolíticas atuais.
“Esses países estão com medo do fator Trump e, também, com relação ao poder de países como China e Rússia na América do Sul. Para a Alemanha, por exemplo, o acordo é uma forma de ampliar ou manter a influência da Europa na América do Sul em um contexto de crescente influência da China e da Rússia”, disse.
Mais de duas décadas de negociação
O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia começou a ser negociado em 1999 e prevê a isenção ou redução na cobrança de impostos de importação de alguns bens e serviços produzidos nos dois blocos.
Em 2019, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), os dois blocos assinaram o acordo. Para começar a valer, porém, o texto precisava passar por uma revisão técnica e pela ratificação dos parlamentos de todos os países envolvidos.
Após quatro anos paralisado, o acordo voltou a ser negociado após a mudança de governo no Brasil, com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. Desde então, o acordo foi travado por exigências ambientais e questionamentos de setores como o agronegócio francês.
Em dezembro do ano passado, durante a Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, negociadores dos dois blocos chegaram a ficar próximos de uma versão final do acordo, mas ele não foi assinado.
Um estudo divulgado no início deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o acordo poderia ter impactos positivos sobre o produto interno bruto do Brasil (PIB). Segundo o estudo, entre 2024 e 2040 o PIB do país teria um aumento acumulado de 0,46%, o equivalente a US$ 9,3 bilhões por ano.
Para elaborar o estudo, os pesquisadores do Ipea utilizaram projeções de crescimento econômico do Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 2014 e 2026 e replicaram as taxas de crescimento para os anos seguintes até 2040.
O estudo também aponta que o Brasil teria um aumento de 1,49% nos investimentos.
A dinâmica das importações e exportações também seria transformada. As importações brasileiras cresceriam rapidamente nos primeiros anos do acordo, atingindo um pico de US$ 12,8 bilhões em 2034, antes de recuar para US$ 11,3 bilhões em 2040. Já as exportações teriam um aumento contínuo no mesmo período, alcançando um ganho acumulado de US$ 11,6 bilhões.
Esse movimento seria impulsionado por fatores como a redução de tarifas na União Europeia, concessões de cotas de exportação e queda nos custos domésticos de insumos e bens de capital, o que tornaria os produtos brasileiros mais competitivos no mercado global.
O que o PIB diz sobre a saúde e o futuro da economia brasileira? Especialistas respondem
A economia brasileira confirmou os indícios de atividade aquecida no terceiro trimestre. Puxado pela demanda doméstica, o Produto Interno Bruto (PIB, valor de todos os produtos e serviços gerados na economia) teve expansão de 0,9% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o segundo, informou ontem o IBGE.
O resultado, próximo das projeções de mercado, reforçou a aposta em uma expansão em torno de 3,5% este ano. Os principais destaques foram o consumo das famílias e os investimentos.
No entanto, economistas alertam que esse ritmo de crescimento com demanda aquecida pode pressionar ainda mais a inflação, o que exigiria aumento maior dos juros pelo Banco Central para “esfriar” a atividade e, assim, segurar os preços.
A este cenário, somam-se as preocupações em torno do ajuste fiscal, já que a reação negativa do mercado ao pacote de corte de gastos levou o dólar ao patamar de R$ 6, outro fator de pressão sobre os índices de preços.
A taxa básica de juros (Selic) começou a subir em meados de setembro e, portanto, teve pouco impacto nos resultados do terceiro trimestre. Nesse período, o consumo das famílias avançou 1,5% ante o segundo trimestre (a 13ª alta seguida nessa comparação) e saltou 5,5% em relação ao período de julho a setembro do ano passado.
Nesse último tipo de comparação, já são 14 trimestres seguidos de alta, na maior sequência desde o ciclo de ampliação do poder de compra das famílias que durou mais de uma década, de 2003 até 2014, mostram os dados do IBGE.
E daqui pra frente?
Mas o que o PIB do terceiro trimestre diz sobre a saúde da economia brasileira e o que pode estar por vir? Os economistas concordam que o consumo deve continuar em alta e, com ele, o risco de inflação.
— Continuamos com vários efeitos positivos no consumo das famílias — observou ontem a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
No ciclo mais recente, o impulso ao consumo das famílias veio de uma combinação de fatores, começando pelo mercado de trabalho forte, com a taxa de desemprego nos menores patamares desde o início da série, e o rendimento em alta.
Soma-se a isso o aumento nas transferências de renda do governo — o Bolsa Família está completando o segundo ano com valor maior do benefício mínimo, enquanto a Previdência é influenciada pelos reajustes maiores do salário mínimo. O crédito avançou 10,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2023, sem descontar a inflação.
Calibragem difícil
O risco agora, segundo alguns economistas, é o aquecimento excessivo da economia dificultar a calibragem da política econômica daqui para a frente. Em uma economia aquecida, é mais fácil a alta do câmbio se espalhar para a inflação, lembrou Silvia Matos, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
E se a inflação subir, tanto por causa do câmbio quanto das restrições de oferta diante da demanda aquecida, os juros poderão subir além do inicialmente esperado, para esfriar toda a economia. Muitos analistas já esperam juros mais altos até o fim do ano que vem.
— A economia continua aquecida, crescendo acima do seu potencial. Mas nossa expectativa é que, ao longo dos próximos trimestres, essa economia vá perdendo força. nossa projeção é que o quarto trimestre venha ainda com crescimento, mas com desaceleração um pouco maior, e a tendência deve se manter ao longo de 2025 — disse Natalia Cotarelli, economista do Itaú.
Para Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, o avanço recente da indústria de transformação não é tão sólido, pois o setor já apresenta um desequilíbrio em seu mercado de trabalho, com falta de mão de obra:
— A indústria começa a dar sinais de uma recuperação mais forte, mas podemos perceber que essa velocidade de crescimento não é sustentável já no médio prazo, porque nosso potencial de crescimento ainda é muito baixo. O impulso fiscal nos últimos anos fez com que aumentasse o consumo, mas o lado da oferta mostra sinais claros de que a indústria já está no seu limite de capacidade produtiva.
Para Silvia, do FGV Ibre, além dos sinais de aquecimento excessivo, o cenário externo mais turbulento, diante da eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, poderá levar a juros e dólar mais altos. A alta no câmbio, por exemplo, fará com que, mesmo com o crescimento forte, o Brasil caia no ranking das maiores economias do mundo. Em 2025 e 2026, o Brasil deverá ser ultrapassado pelo Canadá e ficar na décima posição, projeta o FMI.
Esse quadro poderá provocar freada maior na economia, mas, diante da reação de investidores aos desequilíbrios nas contas públicas, especialmente no câmbio, Silvia não vê espaço para o governo “empurrar com a barriga”, mantendo estímulos ao crescimento:
— É positivo o PIB (em ritmo maior de alta), mas é aquela coisa, o custo já apareceu, não veio de graça, não tem almoço grátis.
Investimento segue em alta
Pelo lado da demanda, chamaram a atentção os investimentos, que subiram 2,1% ante o segundo trimestre e saltaram 10,8% na comparação com o terceiro trimestre de 2023, numa sequência de quatro trimestres seguidos de avanços nessa base de comparação, com 10,6% de alta acumulada.
É a mais longa sequência positiva desse tipo desde 2011, segundo dados do IBGE, mas analistas alertam que as recentes instabilidades financeiras, com câmbio e juros em alta, tendem a desacelerar os investimentos ao longo de 2025.
Do segundo trimestre de 2009, quando se iniciou a recuperação da crise financeira global deflagrada em setembro de 2008, ao quarto trimestre de 2011, a FBCF subiu ininterruptamente por 11 trimestres. Do início de 2012 em diante, começou a registrar um vaivém, até afundar com a recessão iniciada em 2014.
Na saída da crise mais recente, provocada pela Covid-19, os investimentos sofreram menos do que se esperava inicialmente, lembrou Leonardo Carvalho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2020, a FBCF recuou 1,7%, menos do que a queda de 3,3% do PIB. Depois, em 2021, os investimentos saltaram 12,9%.
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Para Carvalho, o mau desempenho de 2022 e 2023 foi marcado por turbulências políticas, associadas às eleições, no primeiro ano, e à transição para o terceiro governo Lula. Em 2024, o cenário se acalmou um pouco e as empresas passaram a investir para atender à crescente demanda interna, especialmente o consumo das famílias, que pegou tração de 2022 em diante.
— Primeiro, temos uma base de comparação que facilita o crescimento para este ano, mas, mesmo assim, temos visto um desempenho formidável dos investimentos. Mais em máquinas e equipamentos do que construção. Construção é mais moroso, mais pesado, tem maturação longa e é menos volátil — explicou Carvalho, responsável pelo Indicador Ipea Mensal de FBCF.
Na visão de Thiago de Moraes Moreira, professor de economia do Ibmec, os investimentos reagiram à demanda aquecida pelo consumo das famílias. Como a renda tem sido beneficiada, em parte, por transferências dos programas sociais do governo, é a demostração do impulso que os gastos públicos dão na economia:
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— O gasto público está alavancando os investimentos privados. Há a ideia de que aumentar o gasto público não ajuda a economia a crescer, mas a demanda privada está respondendo bem à situação.
Segundo o IBGE, todos os componentes dos investimentos — os bens de capital, a construção civil e a pesquisa e desenvolvimento — registraram alta no segundo trimestre. Nas contas do indicador do Ipea, os bens de capital sobem mais (14,5% de alta no acumulado do ano até setembro) do que a construção (4,2%, na mesma base de comparação).
A dúvida, agora, é se o desempenho pujante se manterá. Assim como no caso da demanda via consumo das famílias, há dúvidas sobre a sustentabilidade do avanço dos investimentos.
Risco fiscal no horizonte
O Monitor do PIB, indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostrou crescimento expressivo da importação tanto de bens de capital, para os investimentos, quanto de bens intermediários, para a produção, disse Claudio Considera, coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre):
— Não vejo desequilíbrios a ponto de abortar o crescimento. Com o crescimento do consumo, o investimento continua subindo.
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Por outro lado, é de se esperar que o ciclo de elevação dos juros, iniciado em setembro, comece a surtir o efeito de esfriar o consumo e os investimentos. “A retomada do ciclo de aperto monetário por parte do BC e a significativa deterioração do risco fiscal brasileiro são fatores de risco relevantes que podem impactar a dinâmica dos investimentos nos próximos trimestres”, alerta relatório divulgado ontem pelos economistas da corretora Genial Investimentos, liderada pelo economista José Márcio Camargo.
O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, citou o investimento como destaque do PIB, mas observou que, com o ciclo de aperto monetário, repetir esse ritmo fica mais difícil no próximo ano, já que haverá um processo de desaceleração da economia.
— Mas o número de investimento que o país tem contratado é tão grande, só no estado de São Paulo há R$ 280 bilhões na carteira de investimentos a ser realizada, que vai puxar o PIB — afirmou em almoço com jornalistas ontem.
O IBGE e economistas ressaltaram que o efeito do ciclo de aperto dos juros foi praticamente nulo no terceiro trimestre, já que a primeira alta da Selic ocorreu em 18 de setembro, bem no fim do período. A política de juros leva mesmo tempo para surtir efeito, o que deverá ocorrer, principalmente, ao longo de 2025.
Mais renda vira mais consumo
Pelo lado da oferta, o crescimento de 0,9% do setor de serviços, que responde por cerca de 70% do total da economia, ditou o ritmo. Segundo o IBGE, os resultados foram positivos em todas as atividades do setor.
Também chamou a atenção o bom desempenho da indústria de transformação, que engloba todo tipo de fabricação de bens, com avanço de 1,3% ante o segundo trimestre, a terceira alta consecutiva. A exceção foi a agropecuária, com queda de 0,9%, já esperada por causa dos efeitos da seca sobre a produção.
Esse dinamismo realimenta o consumo. Quem está ganhando mais com o trabalho passa a poder gastar mais. Foi o que aconteceu com a produtora e publicitária Júlia Taveira, de 21 anos, que mora em Itu (SP).
Há um ano e seis meses, ela trocou o emprego de carteira assinada pelo próprio negócio, em sociedade com uma amiga. Elas trabalham com social media: cuidam da comunicação, nas redes sociais, de artistas, restaurantes, lojas de roupas, entre outros, e produzem eventos.
— Saí de um salário de R$ 2 mil por mês para uma renda que varia de R$ 3 mil a R$ 6 mil, dependendo da cartela de clientes e das campanhas ou shows que produzimos. Isso me permitiu gastar com roupas, sapatos, restaurantes e viagens pelo Brasil, coisas que não fazia antes. Juntei o suficiente para quitar meu carro e ajudar meus pais em despesas extras — contou Júlia.
*Estagiário sob supervisão de Danielle Nogueira
PCGO aguarda perícia para saber o que causou acidente que matou servidores
A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) aguarda o resultado da perícia da Polícia Técnico-Científica para entender o que causou o acidente que matou três servidores da Receita federal na tarde desta segunda-feira (2/12).
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
A delegada Silzane Bicalho, da delegacia de Alexânia, responsável pelo caso, disse que, a princípio, acredita-se que o carro da Receita Federal tenha perdido o controle e atravessado para a via sentido contrário, atingindo o caminhão. Ela destacou que estava chovendo no momento do acidente. “Mas estamos esperando a perícia”, assegurou.
Homem de 42 anos morre afogado no Lago Corumbá
O Sindifisco Nacional (Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal) lamentou, por meio de nota, a morte dos três servidores e destacou que a direção de defesa profissional do sindicato acompanhará as investigações sobre as circunstâncias que causaram a colisão do veículo oficial do órgão com um caminhão.
“É importante que seja descartada qualquer possibilidade de crime, pois Walter trabalhava na divisão de repressão da Receita Federal, uma atividade visada e de risco”, escreveu o sindicato.
7 carreiras públicas com os melhores salários
Trabalhar no setor público envolve exercer funções em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e administração, atendendo às demandas da sociedade. Esse tipo de carreira é uma das opções mais buscadas por quem deseja estabilidade, bom progresso e a oportunidade de contribuir diretamente para o desenvolvimento do país.
Além disso, alguns dos empregos nesse setor são financeiramente atraentes. Por isso, confira 7 carreiras públicas com os melhores salários para quem deseja prestar concurso!
1. Auditor fiscal
Responsável por fiscalizar empresas e contribuintes, o auditor fiscal atua na arrecadação de tributos e no combate à sonegação. O salário inicial pode superar R$ 20 mil, especialmente em órgãos como a Receita Federal e secretarias estaduais de fazenda, com benefícios atrativos e possibilidade de progressão. Para prestar o concurso, é exigida uma formação superior em qualquer área.
2. Juiz de direito
Como parte do Poder Judiciário, julga questões legais em diversas áreas. A carreira exige formação em Direito e prática jurídica comprovada. O salário inicial ultrapassa R$ 30 mil, incluindo benefícios, além de reputação e estabilidade.
3. Procurador da República
Atuando como representante do Ministério Público Federal, o procurador tem papel central na defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade. Com remuneração inicial superior a R$ 30 mil, a profissão exige formação em Direito.
4. Gestor em saúde pública
A pandemia de COVID-19 evidenciou a importância da gestão eficiente na saúde. Concursos para gestores em secretarias estaduais e municipais de saúde oferecem bons salários, de R$ 8 mil a R$ 15 mil, para profissionais com formação na área ou experiência em administração.
O analista da tecnologia da informação tem sido cada vez mais procurado pelos órgãos públicos para modernizar sistemas e fortalecer a segurança cibernética (Imagem: Gorodenkoff | Shutterstock)
5. Analista da tecnologia da informação
Com o avanço da digitalização, órgãos públicos buscam analistas para modernizar sistemas e fortalecer a segurança cibernética. Oferecendo salários acima de R$ 10 mil, essa carreira é ideal para aqueles que se interessam por tecnologia, com demanda crescente em tribunais e ministérios. Em alguns casos, é exigida uma formação superior na área.
6. Delegado da polícia federal
Esse profissional lidera investigações criminais em casos de corrupção, tráfico e crimes cibernéticos. O cargo exige graduação em Direito e proporciona um salário em torno de R$ 20 mil, além de outros benefícios, como adicional por risco de morte.
7. Especialista em meio ambiente
Com foco em sustentabilidade, o profissional da área trabalha com fiscalização ambiental e projetos de conservação. A variação salarial está entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, sendo necessária uma formação superior em Ciências Ambientais, Biologia, Ecologia, Engenharia Ambiental ou áreas afins.